Fora do padrão, indústria paulista corta 10 mil empregos em outubro

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O índice de emprego da indústria paulista caiu 0,13% em outubro, em relação a setembro, na série com ajuste sazonal, contabilizando a redução de 10 mil vagas. O resultado do levantamento feito pela Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), divulgado ontem, já revela efeitos da crise financeira nas contratações do fim de ano. A redução no mês não ocorria desde 2003, quando a indústria registrou baixa de 0,63%. 

 

Na avaliação de Paulo Francini, diretor do Departamento de Pesquisas e Estudos Econômicos da Fiesp, a queda no nível de emprego, que mostrava crescimentos sucessivos ao longo do ano, reflete sinais da crise e aponta para uma mudança no cenário nos próximos meses. "É uma inflexão na curva. Vamos percorrer um caminho de redução das taxas de crescimento, com eventuais perdas", acredita Francini. 


 
Outro registro que marcou diferença no resultado deste mês foi a reversão no quadro dos segmentos. Dos 21 setores pesquisados, dez demitiram mais que contratam, seis permaneceram estáveis, e cinco tiveram desempenho positivo, uma distribuição nova para o comportamento positivo habitual de outubro. Nos últimos resultados essa queda só aparecia em novembro e dezembro, quando a indústria pára as contratações realizadas até outubro.

 

Entre os setores, na comparação com setembro, quem mais demitiu foram os de couros e artigos de couro, viagem e calçados, com variação negativa de 4,09%, móveis e indústrias diversas de 3,10%, enquanto entre os que mais contrataram estão o setor de máquinas de escritório e equipamentos de informática, com aumento de 1%, e equipamentos de instrumentação médico-hospitalares, que mostrou alta de 0,39%. 

 

A queda do setor metalúrgico, um dos que mais noticiaram adoção de férias coletivas, o quadro de funcionários teve redução de 0,39% em relação ao mês anterior. Segundo Francini, a indústria automobilística está passando por uma transição "tumultuada", que em curto prazo estabeleceu mudanças significativas para toda cadeia do setor. "A produção da indústria vinha em um determinado nível. Agora caiu muito rapidamente para outro nível, e carrega consigo ajuste de estoque, reprogramação etc, promovendo transtorno e dor para a grande cadeia", analisa o diretor. 

 


Apesar da queda mensal, o índice de emprego no total da indústria registrou alta no resultados acumulado do ano (janeiro-outubro) de 7,28%, com 159 mil empregos, e de 3,60% para os últimos 12 meses, com 82 mil empregos criados. 

 

Veículo: Valor Econômico


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