A indústria brasileira de biscoitos quer aumentar suas vendas em 3% neste ano, em volume, e elevar o faturamento entre 6% e 7%. De acordo com o novo presidente da Associação Nacional das Indústrias de Biscoitos (Anib), Alexandre Colombo, e também diretor da fabricante de massas, biscoitos e margarinas Piraquê, o aumento da renda e, conseqüentemente, do poder de compra da população, devem impulsionar os resultados do setor neste ano.
"Estamos otimistas com 2012. Já tivemos um janeiro muito interessante. Essa ascensão social da população está estimulando as vendas dos produtos até para consumo fora de casa. Inclusive, há um significativo aumento da demanda por itens mais sofisticados, de maior valor agregado, que já percebemos em 2011", afirmou Colombo.
No ano passado, conforme dados da Anib, as vendas de biscoitos aumentaram cerca de 6%, passando de um faturamento de R$ 6,470 bilhões em 2010 para R$ 6,8 bilhões em 2011. Em volume, ficou praticamente estável. Em 2010, o consumo de biscoitos foi de 1,242 milhão de toneladas para 1,220 milhão de toneladas em 2011, queda de 1,8%.
"O volume foi um pouco prejudicado pelos preços, já que tivemos que fazer um repasse por conta das altas dos insumos, como gordura, trigo, cacau e açúcar", explicou o novo presidente do conselho de administração do Sindicato da Indústria de Massas Alimentícias e Biscoitos do Estado de São Paulo (Simabesp) e também presidente da fabricante de massas e biscoitos Selmi, Ricardo Selmi.
Segundo a Anib, os biscoitos do segmento cookies tiveram crescimento de mais de 40% em faturamento em 2011, enquanto os "cobertos" (palitos) registraram um percentual de aumento superior a 20%. Entretanto, os brasileiros consomem mais os biscoitos "recheados" (28% do total vendido, com penetração maior no Sul e Sudeste) e os "água e sal" (com representatividade de 25%, como volume maior no Norte e Nordeste).
"Os funcionais (mais saudáveis) também estão crescendo a taxas relevantes, mostrando que o biscoito não é mais considerado um alimento prejudicial à saúde. A tendência é que haja uma maior procura para esses tipos de biscoitos e também pelos de embalagens menores para serem consumidos fora do lar", explicou o vice-presidente da Anib, Cid Maraia de Almeida.
Semi - A fabricante de massas e biscoitos Selmi quer crescer 16% em faturamento neste ano. De acordo com o seu presidente, Ricardo Selmi, que também é o novo presidente do conselho de administração do Sindicato da Indústria de Massas Alimentícias e Biscoitos do Estado de São Paulo (Simabesp), em 2011, o percentual de expansão da companhia ante 2010 foi de 21%. O executivo, entretanto, não quis citar números absolutos de faturamento.
"Nosso desempenho será bom tanto em massas quanto em biscoitos", disse o executivo. A Selmi entrou no mercado de biscoitos há dois anos e o executivo comentou que somente neste ano a companhia terá retorno sobre o capital investido. "Deveríamos ter entrado no setor antes, mas agora estamos nos beneficiando do potencial de crescimento do segmento", disse.
Sobre os planos de abrir capital, o presidente da Selmi disse que é uma meta de longo prazo. "Temos que crescer mais em faturamento. Essa expansão deve ser em sua maior parte orgânica, mas pode ser via aquisições, pois estamos sempre olhando as oportunidades. A oferta pública inicial de ações (IPO, na sigla em inglês) deve ficar para a partir de 2014", declarou.
Questionado sobre se as vendas da companhia tiveram aumento por conta da redução do IPI sobre as massas em vigor desde dezembro, Selmi disse que ainda é cedo para mensurar. "Os efeitos deverão ser sentidos a partir de fevereiro e a medida vigora até junho", disse o executivo.
Veículo: Diário do Comércio - MG