Retrocesso foi gerado por forte queda no estoque de rebanho e por altos preços ao consumidor
Buenos Aires - O consumo de carne bovina por habitante na Argentina em 2011 foi o menor dos últimos 90 anos: 55,5 quilos. O número representou uma queda de 3,7% em relação a 2010, segundo informou a Câmara de Indústria e Comércio de Carnes e Derivados (Ciccra). Somente em 1921, na economia pós-Primeira Guerra, se consumiu menos carne no país, 53,7 quilos por pessoa. Mesmo assim, nos anos posteriores, o consumo per capita anual não baixou de 60 quilos até chegar a 2002, ano da crise do default e de elevada pobreza, quando cada argentino consumiu em torno de 58 quilos anuais.
O retrocesso do consumo foi provocado por uma forte queda no estoque do rebanho e os altos preços do produto ao consumidor, que optou por carnes alternativas. Conforme levantamento do Instituto de Promoção de Carne Bovina Argentina (Ipcva, na sigla em espanhol), entre dezembro de 2008, último ano antes da forte crise do setor, e dezembro de 2011, o preço do "asado" (costela), por exemplo, subiu 186%. No período, o filé aumentou 121% e o coxão mole subiu 180%.
A produção de carne bovina na Argentina registrou nova baixa em 2011, recuando 4,7%, a 2,5 milhões de toneladas, na comparação com 2010. Em relatório, a Ciccra informou que no ano passado as 10,8 milhões de cabeças de bovino abatidas representaram uma queda de 9,2% em relação a 2010 e menos 32,5% comparado com 2009.
Em contrapartida, o presidente da Ciccra, Miguel Schiariti, ressaltou que o abate de vacas foi o menor dos últimos 22 anos, o que indicaria uma recuperação do rebanho. Do total de animais abatidos em 2011, 38,3% foram fêmeas. O menor abate de vacas em idade fértil ocorre após dois anos de liquidação das matrizes, em conseqüência da política oficial de controle do setor e de um longo período de estiagem em 2008 e 2009.
Veículo: Diário do Comércio - MG