Papéis chegaram ao fim desta quarta-feira cotados a R$ 12,95; para analistas, definição de foco em áreas de negócios e especulações em torno do interesse do BTG causaram ‘sentimento’ positivo em investidores
Mesmo depois de enfrentar um 2011 difícil, a cúpula da Hypermarcas não tem motivos para se queixar da performance da companhia na Bovespaem2012. Desde janeiro até ontem, suas ações valorizaram 52,3%, fechando esta quarta-feira cotadas a R$ 12,95, acima do índice Bovespa, que registra alta de 15% no ano.
Para analistas de bancos e corretoras, a alta não resulta de um só fator. “Um dos motivos que podem explicar esse movimento é o boato em torno do interesse do BTG Pactual em entrar no capital da companhia, que circulou em janeiro”, diz Iago Whately,
analista da Corretora Fator.“Mesmo que já faça algum tempo, a especulação trouxe um
sentimento positivo ao mercado, que havia ficado com sensação ruim em relação ao management da companhia depois do que apresentou em 2011”, diz.
Além das especulações em torno do interesse de André Esteves,do BTG, pela empresa, a
definição de foco estratégico apresentada no fim do ano passado também está ajudando a
construir um‘sentimento’ positivo entre investidores. “Havia uma dispersão de interesses em vários segmentos, faltava foco”, diz Sandra Peres, analista da Coinvalores.
Em dezembro, ao anunciar a venda da Etti para a Bunge Brasil e da Assolan para a Química Amparo, por R$ 305 milhões, a Hypermarcas afirmou que apostará suas fichas em medicamentos e higiene pessoal, nos quais é líder em categorias. Foram escolhidos
porque oferecem maior rentabilidade, informou Claudio Bergamo, CEO da empresa,
em nota na época.
A Hypermarcas ainda deve enfrentar um primeiro trimestre fraco, época em que normalmente os consumidores estão endividados e mesmo a venda de produtos de primeira necessidade sofrem, dizem os analistas. Há expectativa positiva em relação ao segundo semestre, quando, inclusive, já se deverá notar os efeitos da reestruturação interna, que contou com a contratação de Nicolas Fischer, ex-presidente da Nivea, para comandar
a divisão de consumo.
Ano ruim
O ano passado não foi bom para a Hypermarcas. Alavancada após efetuar uma série de aquisições, foi preciso reestruturar a política comercial agressiva. Segurou produtos e encurtou prazos de pagamentos, o que resultou em queda de vendas. Obitda foi revisado duas vezes para baixo e passou de R$ 1 bilhão para R$ 700 milhões. As ações tiveram queda de 62%.
Veículo: Brasil Econômico