Norsk Hydro tenta resistir a altos custos

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A perigosa soma dos baixos preços do alumínio com os altos custos de produção pressionou as operações da norueguesa Norsk Hydro, em seu primeiro ano como empresa integrada no Brasil. A fundição de metal Albrás, no Pará - com aquisição da Vale concluída em 2011 - já opera no negativo. Mesmo assim, a multinacional não cogita fechamento, nem redução de nenhuma operação no país. Pelo contrário: a Norsk Hydro aguarda medidas do governo brasileiro de ajuda ao setor e investe no aumento de sua competitividade.

 

A Albrás é um forte exemplo desse cenário desafiador no país. Sem fornecimento próprio de energia, a operação é dependente do abastecimento da hidrelétrica de Tucuruí, em um contrato que vai até 2024. O valor cobrado no contrato é conhecido por ser não competitivo. Segundo Undeli, os elevados custos de produção tem dificultado as operações, situação que se agravou no fim do ano passado, quando os preços do alumínio despencaram - na Bolsa de Metais de Londres (LME), as cotações recuaram mais 21% no segundo semestre, fechando o ano aos US$ 1.992 a tonelada métrica.

 


"Diversos agentes estudam a sustentabilidade da indústria do alumínio. No Brasil, os preços da energia tornam a situação desafiadora. Ter lucro na Albras é um grande desafio", explicou o executivo. Ele afirma que tem introduzido novas tecnologias para aumentar a produtividade da unidade. O executivo conta também com os diálogos realizados com o governo, que tem planos de melhorar a competitividade da indústria. Ele não descarta ainda a entrada no mercado de energia brasileiro, o que traria a oportunidade de contar com abastecimento próprio do insumo. "Mas ainda é cedo para falar em que direção vamos", explicou Undeli. Na Noruega, a empresa é a maior do setor energético.

 


A Albras - com capacidade de 460 mil toneladas de metal fundido por ano - veio em um grande "pacote" adquirido da Vale pela multinacional no ano passado, que incluiu ainda a refinaria Alunorte, o projeto da CAP, e a mineradora Paragominas, fazendo com que a subsidiária passasse a ter domínio de toda a cadeia de produção do alumínio no país.

 


Uma das grandes apostas da Norsk Hydro no Brasil é a mineradora. Em seus resultados globais, apresentados ontem em Oslo, a empresa destacou que houve uma estabilização do desempenho das áreas de bauxita e alumina. Em Paragominas (PA), a companhia conseguiu produção recorde no fim do ano, de 9 milhões de toneladas de bauxita, alta de 23%, quando comparado com o nível de junho, quando marcava 7,3 milhões de toneladas. A meta da companhia é atingir cerca de 10 milhões de toneladas em dois anos, produção que pode ser expandida para até 15 milhões de toneladas.

 


A refinaria Alunorte (PA), por sua vez, chegou em dezembro com produção de alumina de 6,1 milhões de toneladas, frente aos 5,7 milhões de toneladas registrados no primeiro semestre. "Estamos estabilizando nossa produção no Brasil em altos níveis", ressaltou o executivo. Em Itú (SP), na unidade dos extrudados (perfis), voltados para os setores automotivo e imobiliário, a empresa já tinha anunciado expansão, com investimentos de US$ 120 milhões.

 

Os resultados globais da companhia evidenciaram as pressões sofridas pelo setor do alumínio. No quarto trimestre, a Norsk Hydro registrou lucro antes dos resultados financeiros e impostos (Ebit) de 1,13 bilhões de coroas norueguesas (US$ 195,6 milhões), queda de 31% frente ao verificado no trimestre anterior. No ano completo, os dados vieram melhores: o Ebit avançou de 3,351 milhões de coroas norueguesas para 6,133 milhões de coroas norueguesas. "Os resultados no fim do ano refletem uma fraca demanda, especialmente na Europa", afirmou em nota o presidente mundial da companhia, Svein Richard Brandtzaeg. A norueguesa já está realizando uma reestruturação em suas operações, que inclui cortes na produção australiana e planos de fechamento de unidades europeias.

 


Veículo: Valor Econômico


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