Demanda pelo produto foi impulsionada em fevereiro pelo recomeço das aulas e pelo período da quaresma.
Os preços dos ovos em Minas, ao longo de fevereiro, apresentaram alta de 11,2% em relação aos valores pagos pela dúzia em janeiro. De acordo com os dados do entreposto de Contagem da Centrais de Abastecimento de Minas Gerais (Ceasa Minas), a demanda pelo produto também está maior e foi impulsionada pela retomada das aulas e pelo período de quaresma. A tendência é de que os preços continuem em elevação.
Para o chefe da Seção de Informações de Mercado da Ceasa Minas, Ricardo Fernandes Martins, a alta nos preços também foi impulsionada pela redução da oferta do produto. Em fevereiro foram ofertados na Ceasa Minas 4,83 mil toneladas de ovos, o que representou queda de 7,5% em relação ao volume disponibilizado em janeiro.
A movimentação atípica, uma vez que a tendência de alta no consumo em fevereiro é superior se comparada com janeiro, se deve aos preços baixos pagos aos avicultores ao longo dos últimos meses. Os valores, considerados insuficientes para cobrir os custos de produção e gerar lucro, desestimularam os produtores, que reduziram o plantel de aves e conseqüentemente o volume de ovos.
"Diante dos preços baixos a tendência é de que os avicultores reduzam o plantel e a produção de ovos para que a oferta fique equilibrada com a demanda. A medida é essencial para manter os preços em patamares lucrativos", diz Martins.
Segundo dados da Ceasa, o preço médio da dúzia de ovos ao longo de fevereiro ficou em torno de R$ 1,79, contra R$ 1,61 pagos aos produtores em janeiro. A alta no período foi de 11,2%.
"A situação dos avicultores está mais favorável diante da valorização dos ovos. Porém, os preços ainda estão inferiores aos vigentes no mesmo período de 2011. A tendência é de nova valorização, mas ainda não é possível dizer se os valores irão superar os registrados na mesma época no ano apssado", observba Martins.
A alta nos preços pagos pelos ovos em Minas também foi observada pela Jox Assessoria Agropecuária. Segundo os dados da empresa, o preço médio da caixa de 30 dúzias do ovo extrabranco, no atacado, em Belo Horizonte, ficou em R$ 44,56, entre os dias 2 e 23 de fevereiro. Em 2011, a média dos preços era de R$ 44,30. Na comparação com janeiro houve alta de 16,01%, uma vez que o preços praticado no período foi de R$ 38,41.
Em fevereiro, o preço máximo pago pelas 30 dúzias de ovos foi de R$ 54,05, e o mínimo de R$ 39,58. A valorização dos ovos é considerada fundamental para a retomada da lucratividade do segmento. Em 2011, os avicultores trabalharam com os preços próximos ou inferiores aos custos de produção.
Grãos - Um dos principais fatores que limitaram a lucratividade dos avicultores ao longo de 2011 foi o aumento dos preços dos grãos, principais insumos da atividade. De acordo com Martins, os preços mais valorizados do milho e do farelo de soja reduziram a margem de ganho. A expectativa do setor, para 2012, é de que os preços recuem com a colheita da safra 2011/12 de grãos, isto devido à previsão de alta na produção.
De acordo com dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a produção de ovos em Minas, até o terceiro trimestre de 2011, era crescente. Entre julho e setembro o volume de ovos cresceu 1,1%, se comparado com a produção de igual período de 2010. Ao todo foram geradas no Estado 75,6 milhões de dúzias, contra 74,7 milhões obtidas em igual período anterior.
O volume foi superior também ao observado nos dois primeiros trimestres de 2011, quando foram produzidas 73,2 milhões de toneladas, entre janeiro e março, e 74,2 milhões de dúzias entre abril e junho.
No intervalo já era observada a tendência de redução do número efetivo de galinhas, que ficou 1,5% inferior em relação ao terceiro trimestre de 2010, alcançando 13,9 milhões de cabeças, contra as 14,11 milhões de galinhas registradas anteriormente. Os dados do último trimestre ainda não foram divulgados.
Veículo: Diário do Comércio - MG