Seca no Sul e chuvas no Sudeste.
A estiagem no Sul do país e as chuvas prolongadas no Sudeste impactaram negativamente na captação de leite ao longo de janeiro e promoveram a alta dos preços pagos aos produtores em Minas Gerais. De acordo com os dados do Boletim do Leite, elaborado pelo Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea), na média estadual houve variação positiva de 2,04%.
A expectativa para o próximo pagamento varia entre a estabilidade e a alta de preços. Isso devido à expectativa de recuperação ou redução da queda da produção de leite e ao aumento do consumo de lácteos que será estimulado, principalmente, pela retomada das aulas.
A evolução do preço médio pago pelo leite aos produtores também foi observada nas demais regiões ao longo fevereiro (referente à produção entregue em janeiro). A média ponderada dos estados de Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Paraná, São Paulo, Minas Gerais, Goiás e Bahia, foi de R$ 0,8408 por litro, o que representou um aumento de 1,1%, ou 0,9 centavo por litro, em relação aos preços pagos em janeiro. Segundo os dados do Cepea, o valor representa um aumento real de 8,3% em relação a fevereiro de 2011.
O Índice de Captação de Leite do Cepea (Icap-Leite) recuou 2,1% em relação ao mês anterior. A queda foi observada em quase todos os estados da pesquisa, com destaque para Goiás, com queda de 5,4%, e Minas Gerais, com recuo de 3,1%. No Sul do país, houve retração de 0,6%. O índice geral de janeiro ficou em patamar 1% inferior ao registrado no mesmo período do ano passado.
Com a redução da captação os preços pagos ao produtor mineiro foram alavancados. Na média estadual foi registrado incremento bruto de 2,04%, com o litro de leite avaliado em R$ 0,85 na média, R$ 0,90 no valor máximo e o preço mínimo de R$ 0,70.
Triângulo - A maior alta foi verificada na região Sul/Sudoeste do Estado. O preço pago pelo produto ficou 3,74% superior no período. A média recebida pela comercialização do litro foi de R$ 0,81, o valor máximo chegou a R$ 0,88 e o mínimo a R$ 0,70.
Alta significativa também foi verificada na região do Triângulo Mineiro e Alto Paranaíba, que encerrou o mês com valorização de 2% nos preços pagos ao pecuarista de leite. O preço máximo foi de R$ 0,93, o médio de R$ 0,87 e o mínimo de R$ 0,77.
No Vale do Rio Doce o preço médio de leite ficou em R$ 0,88, o que representou alta de 1,17%. O valor máximo pago pelo produto chegou a R$ 0,97 e o mínimo de R$ 0,80. Na Região Metropolitana de Belo Horizonte a alta acumulada no período alcançou 1,79%, com preço médio de R$ 0,89, máximo de R$ 1 e mínimo de R$ 0,81.
Apesar da alta, o retorno financeiro para o pecuarista de leite foi menor. De acordo com os pesquisadores do Cepea, a redução do lucro foi promovida pelo encarecimento da alimentação concentrada e da mão de obra.
Os reajustes nos preços de insumos, como milho e farelo de soja, fizeram com que os custos com concentrado tivessem aumento de 11% na média dos estados de Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Paraná, São Paulo, Minas Gerais e Goiás, entre dezembro e janeiro.
Outro fator apontado pelos pesquisadores foi o reajuste do salário mínimo em 14% que passou a valer em janeiro. A alta pesou nos custos do pecuarista leiteiro, tendo em vista que na maioria das vezes o pagamento de funcionários é indexado ao salário mínimo.
Veículo: Diário do Comércio - MG