Colheita já pressiona cotações do arroz

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O avanço da colheita da safra 2011/12 no Rio Grande do Sul já pesa sobre os preços domésticos do arroz, que atingiram em janeiro o maior nível em mais de um ano. Na semana passada, o indicador Cepea/Esalq para o produto posto na indústria caiu 2,31%, a R$ 26,58 a saca de 50 quilos.

Segundo o analista da consultoria Safras & Mercado, Eduardo Aquiles, a pressão sobre as cotações deve se acentuar nas próximas semanas, embora a tendência em relação ao mercado de arroz em 2012 seja altista. "Março e abril são os meses mais intensos de colheita, o que deve empurrar os preços para baixo nesse período. Mas os preços neste ano deverão ser, na média, superiores aos do ano passado", observa Aquiles. Até o fim da semana, pouco menos de 10% da área plantada no Rio Grande do Sul havia sido colhida.

Em 2011, o preço do arroz caiu abaixo de US$ 18 por saca após a colheita, o que obrigou o governo federal a realizar a maior intervenção da história no setor. Ao todo, foram gastos R$ 1 bilhão em aquisições diretas e subsídios à comercialização, que ajudaram a retirar do mercado 3,6 milhões de toneladas do cereal. Na nova safra, a ajuda estatal deverá ser mais modesta. "Temos uma safra menor e exportamos um grande volume no ano passado. Por isso, o mercado está mais ajustado", afirma Cláudio Pereira, presidente do Instituto Rio Grandense do Arroz (Irga).

Segundo a Safras & Mercado, a safra gaúcha deve somar pouco menos de 7,8 milhões de toneladas, uma queda de 13% em relação ao ciclo anterior - reflexo da redução na área plantada e da estiagem que castigou a região Sul neste verão. Os países vizinhos do Mercosul, que no ano passaram inundaram o mercado doméstico, também estão colhendo menos. Por essa razão, acredita Pereira, os subsídios e aquisições do governo federal deverão contemplar, no máximo, 500 mil toneladas.

Por outro lado, a safra menor deverá resultar em uma forte queda nas exportações. Segundo Pereira, os embarques, que somaram inéditos 2 milhões de toneladas na safra 2010/11, devem ficar abaixo de 1 milhão de toneladas na safra 2011/12.

 

Veículo: Valor Econômico


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