Smartphones vão superar este ano, em receita, os celulares convencionais

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Crescimento. Em janeiro, os aparelhos inteligentes foram responsáveis por 43% do faturamento das fabricantes de celulares no Brasil, segundo a consultoria GfK; em unidades vendidas, os smartphones foram 18% do mercado brasileiro no primeiro mês

Os smartphones vão se tornar, este ano, a categoria mais importante do mercado brasileiro de celulares. Em janeiro, os aparelhos inteligentes responderam por 43% do faturamento do setor, segundo dados da consultoria GfK. Até o fim do ano, devem ultrapassar os celulares convencionais.

Como são mais caros que os chamados "feature phones" (aparelhos comuns), a participação dos smartphones, em unidades vendidas, é bem menor que a fatia que detêm no faturamento. Em janeiro, por exemplo, ficaram com 17,9% do volume.

"O crescimento dos smartphones é uma tendência mundial", afirmou Claudia Bindo, gerente de negócios da GfK. A empresa de pesquisas estima que, neste ano, os celulares inteligentes serão 36% dos aparelhos vendidos, no mundo.

"Nos países desenvolvidos, os smartphones estão crescendo até mais rapidamente", disse Claudia. "Um dos fatores que ajudam a desacelerar o crescimento nos países em desenvolvimento é a demanda por aparelhos com mais de um chip."

Segundo a GfK, foram lançados 212 modelos de celulares no Brasil em 2011. Desse total, 70 eram smartphones. Somente quatro smartphones aceitavam mais de um chip. A tendência para este ano é que mais modelos de celulares inteligentes com mais de um chip cheguem ao mercado brasileiro, reduzindo essa barreira.

Diferentemente dos "feature phones", o smartphone tem um sistema operacional aberto, que permite que desenvolvedores de aplicativos escrevam software para ele.

A maior fatia do mercado brasileiro está com o Android, do Google, que respondeu por 71% das vendas em janeiro. Outros exemplos são o iOS, da Apple, que roda no iPhone, e o Windows Phone, da Microsoft, que, assim como o Android, não é exclusivo de um fabricante.

Competição. A LG foi uma das empresas que lançou um smartphone de dois chips no ano passado. A fabricante sul-coreana chegou tarde ao mercado, com a linha Optimus no fim de 2010, mas tem conseguido ganhar participação, com sua aposta no Android.

Segundo Rodrigo Ayres, gerente geral de estratégias de negócios de celulares da LG, uma das bases da empresa para alavancar o crescimento são tecnologias que vêm do próprio grupo, como a tela que exibe imagens tridimensionais sem necessidade de óculos, desenvolvida pela LG Display.

"Também lançamos aparelhos com telas com altíssimo brilho", disse Ayres. A empresa partiu do zero em 2010 e chegou ao fim do ano passado, segundo o executivo, como a segunda maior fabricante de aparelhos com sistema Android no País.

Até o fim do mês, a Nokia vai lançar no Brasil os seus dois celulares com Windows Phone. "A expectativa do mercado é grande", afirmou Vinícius Costa, gerente de produtos da Nokia, que aposta no espaço para a consolidação de um terceiro sistema operacional.

O mercado brasileiro de aparelhos é hoje, em sua maioria, um mercado de reposição. Poucos aparelhos vão para quem nunca teve antes um celular.

O gerente da Nokia destacou que pessoas que compraram celulares comuns, com acesso a apenas alguns serviços de internet, vão querer, em algum momento, migrar para os smartphones.

Mais barato. A queda de preços dos smartphones é um dos fatores que têm levado ao crescimento da categoria. Roberto Soboll, diretor de produtos de telecomunicações da Samsung, lembrou que, há dois anos, um celular inteligente custava por volta de R$ 2 mil.

"Atualmente, existem produtos de R$ 399 no mercado", disse o executivo. "Este será o ano da consolidação do smartphone popular."



Veículo: O Estado de S.Paulo


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