Maringá, cidade paranaense localizada a 430 km de Curitiba, contará com a construção de um novo shopping center voltado ao setor atacadista - especializado em venda de roupas e acessórios pronta entrega -, para se tornar cada vez mais alternativa aos lojistas que têm de ir a São Paulo para reforçar seus estoques. Assim, a região torna-se, cada vez mais, um importante polo de roupas e demais itens para vestuário, com foco maior no público feminino.
Caberá a tarefa de impulsionar ainda mais o segmento ao Pérola Park, quarto empreendimento idealizado apenas a lojistas, terá investimento de R$ 85 milhões do Grupo Oppnus, detentor de quatro marcas de jeans, Opppnus Jeans, Jeans. com, Caccau Jeans, República Mix Jeans, sendo considerada a maior do Brasil, localizada no Paraná. Com entrega prevista para julho de 2013, o novo centro comercial (mall) terá 250 novas lojas e um hotel anexo com 500 leitos, ainda sem definição se será do grupo ou haverá a entrada uma bandeira hoteleira.
Segundo Cleberson Poloto, empresário responsável pelo grupo e empreendedor em outros shoppings atacadistas - o Shopping Master, Dallas Personnalité, ambos em Cianorte (PR), e do All Shopping Atacadista, em São José do Rio Preto (SP) - a iniciativa de inaugurar o quarto shopping em uma mesma avenida de Maringá será para ter um número maior de opções aos compradores que diariamente circulam pelos malls em busca de novidades para abastecer suas lojas. "Maringá é um polo forte e nós acreditamos nesse potencial. Com esse novo espaço, queremos enobrecer as marcas locais e ampliar os pontos de distribuição de nossa produção".
O empreendimento terá 80 novas marcas e uma loja âncora, todas diferentes das já presentes nos outros três shoppings da região (VestSul, Avenida Fashion e o Portal da Moda, esse último um pouco menor que os demais) e contará também comum centro empresarial, com espaço para 25 empresas que irão montar seus showrooms, tudo para ampliar a rede varejista da região. Em entrevista ao DCI, o empresário afirmou que o Brasil tem um enorme potencial para a idealização de novos shoppings neste formato e que o grupo Oppnus pretende chegar a outras regiões consideradas "polos fashion" brasileiro.
"É possível ter de sete a oito novos centros comerciais como este para a comercialização desses produtos. No sul, temos Brusque, local em que o polo de moda tem se transformado, Joinville, em Santa Catarina também. Podemos um dia ter operações em Belo Horizonte e Goiânia", enfatiza.
Atualmente, as operações do grupo correspondem ao perímetro que os empresários chamam de corredor fashion: Cianorte e Maringá ,até chegar a Minas Gerais e São Paulo. As marcas ali existentes também chegam aos países do Mercosul, tendo como principais compradores o Paraguai e a Argentina, o primeiro em maior proporção.
Todo esse potencial é explicado por Cassio Murilo de Almeida, presidente do Sindicato da Indústria do Vestuário de Maringá (Sindvest) como o efeito positivo do fast fashion - moda que muda quase que diariamente - tem forte influência sobre o varejo de vestuário no País.
"Temos potencial industrial de sete milhões de peças ao mês, em doze meses, conseguimos produzir 84 milhões. Isso faz com que as nossas indústrias (que são donas das lojas nesses shoppings) consigam atender a essa demanda, de ter sempre novidades nas prateleiras", explica Almeida.
Ainda na opinião do também presidente do Shopping atacadista VestSul, o Paraná pode não ultrapassar São Paulo como o maior polo de moda do país em número de negócios em primeiro momento, mas já é o Estado com melhor infraestrutura para receber os milhares de lojistas que por ali passam para abastecer seus estoques e prateleiras. "Em São Paulo falta atendimento personalizado e espaços estruturados", crê o presidente do Sindvest.
Para enfatizar a força dos lojistas do Paraná, Octávio Baroni Júnior, gerente do mall VestSul explica que 51% do faturamento corresponde a compradores do Paraná. O tíquete médio das compras efetuadas pelos lojistas é de R$ 4.500 a R$ 5.00 e ao ano, o empreendimento recebe 122 mil pequenos varejistas que revendem roupas. Atualmente o espaço conta com 130 marcas e após o término do processo de expansão o VestSul terá 220 lojas. Outro player local que potencializa a intenção de ser maior que São Paulo é o Avenida Fashion, com faturamento de R$ 550 milhões, conforme seu gerente Alexandre Vivã.
Projeção
A expectativa dos lojistas é ter um crescimento considerável ainda mais com a promoção da região por meio de lançamentos de coleções, atualmente duas vezes ao ano, e segundo afirmou o presidente do Sindvest, este ano haverá em outubro um novo evento de lançamento para as coleções de alto verão dos lojistas/produtores da região, o que irá gerar mais vendas. "Com esses eventos sentimos um incremento de 30% nas vendas dos lojistas do Avenida Fashion", diz Vivã.
Ainda segundo o gerente do shopping, janeiro e fevereiro foram meses atípicos, pois mostraram crescimento significativo nos negócios gerados. "Esses dois primeiros meses geralmente são mais fracos, mas neste ano sentimos que o movimento foi maior."
Veículo: DCI