A crise da dívida da Europa, o crescimento mais lento no continente e um plano de mudanças sem brilho levaram a varejista francesa Carrefour registrar uma queda de 14% no lucro no ano passado, para 371 milhões de euros, ante os 433 milhões de euros registrados em um ano antes. As vendas líquidas, guiadas quase exclusivamente pelo crescimento em mercados emergentes, subiram 0,9%, alcançando 81,271 bilhões de euros em 2011.
A redução no lucro foi menos marcada do que aquela esperada pela companhia, de 20%, mas as vendas decepcionaram alguns analistas, que esperavam um resultado acima de 90 bilhões de euros.
A crise europeia e os planos de austeridade levaram os clientes a buscar pechinchas e o Carrefour tenta responder a isso com preços mais competitivos, aceitando receita menor por ora. A questão é quando a estratégia vai valer.
"Em 2012, vamos capitalizar nossas forças enquanto exercemos disciplina de custos para ajustarmos ao ambiente em que operamos", comentou o executivo-chefe da varejista, Lars Olofsson, que vai ser substituído pelo executivo Georges Plassat.
Mais de 70% das vendas da companhia estão na Europa, de longe a área com crescimento mais lento. Na França, a receita pouco avançou no ano passado, enquanto teve retração no resto da Europa.
Em contrapartida, a Ásia e a América Latina impulsionam o Carrefour, com destaque para a recuperação nas lojas no Brasil, onde a companhia tentou - e não conseguiu - vender seus estabelecimentos.
Veículo: Valor Econômico