Importante termômetro do nível de atividade econômica do país, as vendas internas de papelão ondulado, que é utilizado sobretudo em embalagens, deverão repetir em 2012 o desempenho verificado no ano passado.
De acordo com a Associação Brasileira do Papelão Ondulado (ABPO), inicialmente, a previsão é a de que as expedições internas de caixas, chapas e acessórios desse tipo de papel cresçam entre 2,5% e 3% em 2012, em linha com a expansão prevista para o produto interno bruto (PIB) da indústria de transformação.
No ano passado, conforme a entidade, as vendas de papelão ondulado no país totalizaram 3,218 milhões de toneladas, um recorde para o setor, com alta de 1,71% em relação a 2010 e dentro do esperado, após algumas revisões de estimativa. "Em princípio, 2011 foi um ano morno", afirma o presidente da entidade, Ricardo Trombini. "E 2012 não deve ser muito diferente", acrescenta.
O faturamento total do setor, que não é divulgado pela entidade, também avançou no ano passado. Ainda assim, ressalta Trombini, os produtores nacionais de papelão ondulado deverão anunciar reajustes da ordem de 8% nos próximos 30 ou 60 dias, com vistas a repor a inflação do setor. "Neste momento, a maior preocupação está nos custos", conta o dirigente.
Alta nos preços da matéria-prima - tanto a celulose virgem quanto a fibra secundária mostram recuperação - e maiores custos com mão de obra e energia pressionaram as margens da indústria e serão repassados agora aos preços finais. "O ambiente econômico não permite muita defasagem", justifica.
Na avaliação de Trombini, a entrada de produtos importados no país, associada à menor competitividade das exportações nacionais diante do câmbio, contribui para o desempenho menos aquecido da indústria. Ainda assim, o setor está operando com taxa média de ocupação de 95%, conforme garante Trombini.
Sazonalmente, os três primeiros meses do ano são mais fracos para a indústria, daí o nível de atividade abaixo da capacidade plena. Conforme dados da ABPO, em janeiro, as vendas internas de papelão ondulado totalizaram 248,2 mil toneladas, com alta de 1,82% na comparação com o mesmo mês de 2010 e queda de 2,63% frente ao verificado em dezembro. Considerando-se os volumes comercializados no primeiro mês do ano desde 2009, esse foi o melhor desempenho registrado pela indústria nacional.
Veículo: Valor Econômico