A americana Sara Lee, dona das marcas de café Douwe Egberts, Senseo e Moccona, anunciou que pretende pagar até US$ 970 milhões em dívidas antes de fazer a separação da divisão de café e chá da unidade de carne.
A separação já tinha sido anunciada pela companhia no começo do ano passado. O presidente-executivo da empresa, Jan Bennink, disse que a meta é tornar a Sara Lee a segunda maior do mundo em vendas de café, o que significa que ela terá que ultrapassar a sua rival mais próxima, a Kraft Foods.
A suíça Nestlé lidera esse mercado mundial com participação de 22%, de acordo com a Euromonitor. Segundo a empresa de pesquisa, a Sara Lee terá que mais que dobrar sua participação no mercado mundial do produto para atingir seu objetivo.
No Brasil, a empresa é dona de marcas importantes, como Café Pilão, Café do Ponto, entre outras, com 22,3% do mercado.
De acordo com a Bloomberg, a Sara Lee decidiu separar as unidades depois de recusar a oferta de pretendentes como a Apollo Global Management, a brasileira JBS e a KKR & Co.
Jan Bennink afirmou, em junho do ano passado, que vai desmembrar as operações de café e não as de carne. Informou ainda que a empresa não vai manter o nome Sara Lee após a divisão. Naquela época, sem mencionar alvos, o executivo também disse que existiam aquisições "lógicas" para as operações de café da Sara Lee.
A expectativa da empresa é finalizar o processo de separação da divisão até o fim de junho de 2012. No último dia 02, a companhia recebeu uma carta de orientação do Serviço de Receitas Internas, da Receita Federal americana, informando que já estaria apta a continuar o processo, fornecendo mais detalhes sobre a operação de café e chá.
A partir do processo, será criada uma nova empresa de capital aberto listada na bolsa de Amsterdã, na Holanda. Depois da operação, a Sara Lee deve separar todas as ações de sua subsidiária nos Estados Unidos que mantém o negócio de café e chá. A controlada americana vai tornar-se uma subsidiária da matriz holandesa e uma holding da companhia para café e chá.
O executivo espera que consiga gerenciar de perto os principais mercados da Europa Ocidental, a partir da Holanda, uma vez que a divisão de café e chá da companhia tem posições de mercado sólidas em muitos países europeus. Com a mudança, a companhia pretende ainda gerenciar com mais eficiência seu portfólio global.
Veículo: Valor Econômico