Colocar o feijão-carioca nas refeições está custando cada vez mais caro para o consumidor da região. Apenas neste início de ano, o preço do quilo do grão subiu 28%, saindo de R$ 2,98 em janeiro para R$ 3,82 nesta semana. Em relação à pesquisa anterior feita pela Craisa (Companhia Regional de Abastecimento Integrado de Santo André) houve alta de 3,52%.
De acordo com o professor Celso Grisi, do Instituto de Pesquisas Fractal, a tendência é que o valor do alimento continue caro até meados de abril e maio. "Este é o período que a segunda safra de feijão será colhida no País. Logo, os preços estarão menores, devido à oferta maior no mercado."
A questão é que a primeira safra da variedade carioca, cultivada nas regiões Sul e Sudeste, foi prejudicada por problemas climáticos. No Rio Grande do Sul e Paraná a seca impediu o desenvolvimento das sementes nas vagens, e em Minas Gerais, a chuva intensa foi o fator que dificultou a colheita.
Em fevereiro, o consumidor encontrou nos supermercados o quilo do grão vendido por até R$ 3,99. Nesta semana, o valor mais caro foi de R$ 4,15 e o mais barato, de R$ 3,29, diferença de 26%. Em Mauá foi encontrado o mais alto, e em Santo André, o mais em conta.
ARROZ - O levantamento realizado pela Craisa mostrou também que o preço do pacote com cinco quilos de arroz encareceu 2%, custando em média R$ 6,90 nos estabelecimentos. Da mesma forma que o feijão, o valor do grão sofreu reajustes neste início de ano. Começou vendido a R$ 6,94, cifra inferior ao mesmo período do ano passado, de R$ 7,17.
No entanto, na mesma semana de 2011, o pacote do arroz custava R$ 6,26.
Para o engenheiro agrônomo da Craisa, Fábio Vezzá De Benedetto, o aumento de preços é uma questão sazonal, que deverá se estabilizar nos próximos meses. O professor da Fractal acrescenta que neste ano não haverá fortes variações nos preços agrícolas.
Conjunto de produtos sobe R$ 2,32 nesta semana na região
Os 34 produtos que compõem a cesta básica pesquisada pela Craisa nos supermercados do Grande ABC tiveram aumento de 0,63% nesta semana, o equivalente a R$ 2,32. O consumidor que comprar todos os itens pagará R$ 370,53. O grupo alimentos teve inflação de 0,77%, enquanto a principal queda nos preços ficou com higiene pessoal, 1,15%.
Segundo o engenheiro agrônomo da Craisa, o aumento foi menor que o esperado, considerando que esta semana é o período de pagamento e os produtos costumam encarecer. "O reajuste da cesta em relação a 2011 foi de apenas 2,8% (antes custava R$ 360,46), enquanto a inflação oficial do País subiu 6,5% no período."
Considerando os itens com mais peso na compra, a cebola lidera as altas. O quilo, que custava R$ 1,80, agora sai por R$ 1,90, variação de 5,56%. No movimento contrário, o pacote com macarrão espaguete registrou a maior queda, de 5,68%. O preço anterior era R$ 1,76 e o atual é R$ 1,66.
Veículo: Diário do Grande ABC - SP