Depois de três anos e meio à frente da Whirlpool América Latina, José Drummond Jr. foi convocado pela matriz da maior fabricante de eletrodomésticos do mundo a assumir a divisão da companhia na Europa, Oriente Médio e África. O executivo toma posse do novo cargo em 2 de abril.

No lugar de Drummond, foi indicado João Carlos Brega, que desde 2009 estava na presidência da Embraco, divisão de compressores da Whirlpool. Brega tem 48 anos e é formado em Administração de Empresas, com pós graduação em Finanças pela Fundação Getúlio Vargas. Tem passagens pelas áreas de controladoria e financeira da Whirlpool, além de ter dirigido as operações da fabricante na Argentina, Chile, México e Canadá.

Roberto H. Campos, que era o vice-presidente de negócios e marketing da Embraco, vai suceder Brega no comando da subsidiária, sediada em Joinville (SC).

Drummond foi chamado para cobrir a saída de Bracken P. Darrel, que estava à frente da companhia na Europa, Oriente Médio e África, e foi para a Logitech, fabricante de acessórios para computadores de mesa e notebooks.

Aos 48 anos e considerado prata da casa na Whirlpool, onde chegou em 1999 como diretor de compras, Drummond vai assumir um mercado menor do que o latino americano. Os países da Europa, Oriente Médio e África respondem por cerca de 17% das vendas da Whirlpool no mundo - que permaneceram praticamente estagnadas em 2011, com crescimento pífio de 1,6%, para US$ 18,66 bilhões. Desse total, a América Latina representa cerca de 27%. É o segundo principal mercado da companhia, dona das marcas Brastemp e Consul, só perdendo para a América do Norte, que concentra 51% das vendas. A Ásia responde pelos 5% restantes.

Com a Embraco, a Whirlpool possui quatro unidades fabris no Brasil e dois centros de distribuição. No exterior, tem uma fábrica na China e um CD na Argentina. No Brasil, as vendas líquidas da Whirlpool somaram R$ 5,88 bilhões em 2011, com crescimento de 2,7% em relação ao ano anterior. Já as vendas de linha branca (fogões, refrigeradores, micro-ondas e máquinas de lavar) no varejo subiram 8%, atingindo R$ 20 bilhões, segundo a consultoria GfK, que audita este mercado.

O setor apresentou uma reação ao fraco desempenho registrado em 2010, quando o mercado de linha branca caiu 5,2% por conta da Copa do Mundo, que incentivou o consumidor a levar aparelhos de áudio e vídeo para casa, no lugar dos eletrodomésticos. Em volume, a Whirlpool cresceu 7,8% em 2011, enquanto o mercado como um todo aumentou 13,7%. "A Electrolux tirou mercado da Whirlpool em lavadoras de roupa e micro-ondas, as categorias que mais cresceram", diz uma fonte do setor.

O lucro da companhia somou R$ 368,7 milhões no ano passado, o que representou uma queda brusca de 40,5% sobre o ano anterior. O recuo foi motivado por um acordo judicial fechado com o banco Safra, que reduziu o resultado em R$ 456 milhões. O ex-presidente da Embraco, Roberto Bertola, já falecido, tomou em 1989 um empréstimo de US$ 25 milhões no Safra, em nome da empresa, para resolver problemas familiares. A dívida não foi paga e, por mais de duas décadas, se arrastou na Justiça. No ano passado, um acordo pôs fim à pendenga de quase R$ 1 bilhão, acertada em duas parcelas.


Veículo: Valor Econômico