Agências publicitárias se unem contra estrangeiros

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Para brigar de frente com grupos como ABC, Laranja Mecânica e Publicis a solução para as agências publicitárias de médio porte são as fusões. Exemplo disso, o Grupo Projeto (junção de seis agências) e o Grupo Criar (junção de sete empresas) que acharam uma forma de ganhar força num mercado dominado por agências internacionais. Para Tatyane Luncah, diretora do Grupo Projeto, a menor quantidade de burocracia e maior oferta de serviços distintos foi o responsável pelo destaque da empresa. "São essas facilidades que nos diferencia quando estamos falando de um grupo de empresas. Dessa maneira, conseguimos atender 100% das necessidades com muita praticidade e sem burocracias".

O objetivo da empresa é simples: atender toda a cadeia de publicidade, marketing e relações públicas. "A solução encontrada pelas empresas menores foi uma associação para que seja possível oferecer um diferencial das gigantes", explica Herminio Dantas, professor de Publicidade da Universidade Cruzeiro do Sul.

E essa foi a aposta do Grupo Projeto que hoje já atua com marketing promocional para clientes como Honda, Construtora Vitacon, Sisan, Yuny, Cury , Vivenda Nobre, Tenda, Gafisa, Arcor, Casas Bahia, Ponto Frio e Ambev.

A executiva explica ainda que com o modelo de negócio o grupo obteve um crescimento na casa dos 30% em 2011, e a expectativa é registrar uma alta de 40% este ano. "O plano para este ano é crescer 20 % na área de gastronomia, 40% na organização de eventos, 30% no marketing promocional, 10% logística e 50% na publicidade e criação", diz.

O Grupo Projeto conta hoje com a participação de seis empresas, sendo elas o Projeto Eventos, Supremo RH e Trade Marketing, Vulcano AD, Néctar Gastronomia, Titanium Log e a Agência Coligada.

"Todo o Grupo é focado na área de eventos e marketing promocional", explica a executiva, que continua, "foi fundamental ter um bufê próprio, uma logística própria e uma agência de criação. Dessa maneira, conseguimos administrar 100% todas as necessidades do cliente".

Outra novidade do grupo foi a criação da Agência Coligada que serve como uma agência das agências e é voltada unicamente para concretização de eventos ou marketing promocional. "O fato de termos uma agência especializada em atender as demais agências, também nos dá uma segurança que, como parceiros, terão a qualidade necessária de profissionais que falam a mesma língua", detalha.

Junção

E é o mesmo otimismo que vem mantendo os planos do Grupo Criar em alta. Recém nascida, a junção de sete empresas tem um objetivo promissor para o primeiro ano de atuação: recuperar o espaço perdido para agências estrangeiras no Nordeste. "Sabemos que não será uma tarefa fácil, uma vez, que o crescimento imobiliário estrangeiro por aqui [Nordeste] vem junto com alianças publicitárias, em que os investidores preferem agências parceiras", disse Marcelo Brin Netto, diretor de novos negócios do Grupo Criar.

O diferencial do grupo, explica o executivo, é o valor mais baixo pela cadeia de comunicação inteira. "Com sete empresas agrupadas, podemos oferecer desde assessoria de imprensa até o marketing promocional, no final da cadeia publicitária, por um preço muito mais em conta", finaliza.

Localizada em Fortaleza, para este ano o plano do grupo é fechar negócios locais, e depois expandir para outras capitais nordestinas. "Estamos otimistas porque iniciamos as operações com alguns contratos já fechados", explica Netto, que abriu a empresa com seis amigos há aproximadamente sete meses. "O objetivo é fechar 2012 com recuperação total dos investimentos, que foi na casa dos R$ 500 mil entre novos funcionários, escritórios, e despesas", diz.

Classe C que dá certo

Outro fator importante para o bom desempenho destas junções é o enfoque na classe C. Com maior poder aquisitivo, a classe entra com os dois pés como cliente para o setor. "De fato, a nova classe C, está saboreando um pouco mais o mercado promocional. O Grupo Projeto está muito forte na cidade de Santos, com todas as novas oportunidades de investimentos que o município está recebendo, além de trabalharmos muito bem a Região Sul".

"Em meados de 2011, iniciamos um trabalho forte com a classe C, onde temos que ter um grande cuidado para trabalhar com a temperança, de não fazer algo nem muito e nem pouco, mas ao ponto para cada qual", detalha.

Dantas também explica o fenômeno. "Há uma classe afoita por novas experiências, como um coquetel no lançamento de um imóvel, ou um evento para o lançamento de um carro.

As agências perceberam que é possível fazer algo sofisticado e com custos baixos, por isso ficam a frente de agências internacionais."


Veículo: DCI


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