Políticas flexíveis melhoram resultado

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Negociação do horário para começar a trabalhar, execução de tarefas em casa, tempo maior de almoço na sexta-feira ou até mesmo estabelecer um dia para vestir roupa casual. Políticas de trabalho como essas podem resultar em aumento de produtividade nas empresas, principalmente nos pequenos negócios. É o que mostra estudo feito pela Regus, fornecedora global de soluções para o local de trabalho.

A melhora na produtividade foi relatada por 73% dos estabelecimentos que participaram do levantamento. E as pequenas empresas aderiram às novas condições mais rápido. O número de colaboradores que responderam que as condições de trabalho são mais flexíveis do que antes foi maior entre os pequenos em relação às empresas de grande porte: 81% ante 61%.

Na avaliação do diretor geral da Regus, Guilherme Ribeiro, as pequenas empresas têm mais facilidade para implantar as novas práticas porque o dono tem carta branca para fazer mudanças, além de ter em mãos uma estrutura menor. No caso de uma grande empresa, uma multinacional, há regras e padrões globais.  preciso ter um projeto, testá-lo, implantá-lo e validá-lo para depois expandir para as demais unidades.

Um dos principais objetivos da flexibilização é possibilitar que o profissional concilie a vida profissional e a pessoal. "Ao aplicar a flexibilidade, o funcionário ganha qualidade de vida, que resulta em maior produtividade e menor rotatividade. Um funcionário feliz dificilmente vai trocar de emprego", afirma Ribeiro.

Além da motivação pela qualidade de vida, o consultor de Recursos Humanos do Serviço de Apoio às Micros e Pequenas Empresas de São Paulo (Sebrae-SP), Daniel Palácio Alves, aponta outras vantagens para a empresa investir em práticas flexíveis. Uma delas é o maior comprometimento da equipe por resultados em prol da manutenção do benefício.

O negócio também pode registrar redução de atrasos e faltas, maior chance de retenção de talentos, menores custos operacionais em caso de redução de funcionários na empresa e aumento da competitividade.

O diretor da Somenge Soluções em Engenharia, Gabriel Santiago de Mello, adota práticas flexíveis e está satisfeito com os resultados. Ele tem três funcionários, sendo que dois deles trabalham na área comercial e passam parte do tempo fora do escritório.

O terceiro funcionário atua como gerente internacional e trabalha em casa. Eventualmente, quando é feita uma videoconferência com parceiros ou clientes, vai ao escritório. "Utilizamos metas de trabalho", afirma Mello. "A flexibilidade no trabalho tem crescido cada vez mais, motivada pela cultura globalizada e as novas tecnologias", diz Ribeiro.

Para quem pretende implantar novas práticas, a orientação é estabelecer formas de medir os resultados. Assim, cada empresa vai buscar soluções que melhor se encaixam para os funcionários.

As novas práticas podem ser implantadas de forma gradual e de diversas maneiras. Um exemplo é estender o tempo do almoço na sexta-feira. "Flexibilidade é um termo amplo, e pode ser implantada de diversas formas, como nos horários de trabalho", diz Ribeiro.

A empresa também pode dar liberdade para o funcionário escolher com qual computador ou celular vai trabalhar, com qual meio de transporte quer chegar ao local de trabalho, estabelecer um dia para uma roupa mais casual até aceitar uma situação em que o funcionário não precise sequer ir à empresa.

"A flexibilização não precisa ser total. O ideal é começar a implantar aos poucos porque ela envolve a mudança de cultura", aconselha o consultor do Sebrae-SP. Outras dicas dos especialistas são: sempre medir os resultados, conversar com os funcionários e avaliar o que pode ser melhorado.



Veículo: Diário do Comércio - MG


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