A indústria brasileira de transformação do plástico registrou um salto de 38% no déficit comercial do setor em 2011. Segundo dados divulgados ontem pela Associação Brasileira da Indústria do Plástico (Abiplast), o saldo negativo anual somou US$ 1,87 bilhão, ante US$ 1,35 bilhão do ano anterior.
O resultado foi ocasionado por uma alta de 19,58% das importações, para um total de US$ 3,38 bilhões. As exportações, por sua vez, cresceram 2,63%, para US$ 1,51 bilhão. "Estes são efeitos do custo Brasil, combinados com as consequências da excessiva valorização do real, da Selic (a taxa básica de juros) ainda alta e do crescente assédio ao nosso mercado por parte de exportadores que estão perdendo espaço na combalida economia europeia", destaca em nota o presidente da entidade, José Ricardo Roriz Coelho.
Real forte. A valorização do real entre junho de 2004 e dezembro do ano passado, segundo cálculos da Abiplast, alcançou 74,6%.
Preocupado com a perda de competitividade da indústria brasileira, Roriz destacou que é importante a aplicação de mudanças na economia nacional. "Defendemos, sobretudo, a retomada das reformas estruturais, em especial a tributária e trabalhista. São medidas dependentes de políticas públicas, essenciais para conter a desindustrialização e resgatar a competitividade", destacou o executivo.
A preocupação da entidade é explicada também pelos primeiros números deste ano. Em janeiro, a indústria de transformação plástica registrou déficit comercial de US$ 160,5 milhões, resultando de importações de US$ 283,1 milhões e exportações no total de 122,6 milhões.
Veículo: O Estado de S.Paulo