Apesar de a indústria ser a principal origem dos ataques contra o crescimento das importações, são exatamente as empresas que mais consomem produtos estrangeiros.

Em 2011, insumos e equipamentos responderam por 66% das importações, segundo dados do governo.

Nilson Teixeira, do Credit Suisse, observa que a inflação brasileira é mais elevada que a de seus parceiros comerciais, o que torna a produção mais cara no país. Para fugir de custos maiores, a indústria recorre a insumos estrangeiros para sobreviver.

Representantes dos setores calçadista, têxtil e de vestuário -cujas produções caíram no ano passado- contam que as empresas têm aumentado a importação de insumos ou mesmo de produtos prontos que são apenas revendidos internamente.

O economista da FGV Maurício Canêdo considera positivo o aumento das importações. Segundo ele, a compra de máquinas e insumos melhores é um meio de absorver novas tecnologias.

Ele diz que é inevitável que setores menos competitivos encolham no Brasil. "A gente vai sustentar um setor ineficiente, que provavelmente vai vender produtos mais caros e com uma qualidade pior a troco de quê?", questiona.



Veículo: Folha de S.Paulo