Para o presidente-executivo da Abrafarma, a alta carga tributária que os medicamentos carregam é um dos principais fatores que limitam o acesso da população aos produtos. “Fatia de 36% do preço é tributo. Essa é a maior taxa cobrada no mundo.”
Apenas com o ICMS (Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços), a indústria farmacêutica arca com alíquota de 18%, no caso do Estado de São Paulo.
FATURAMENTO - O setor de farmácias e drogarias movimentou no ano passado R$ 20,4 bilhões, alta de 20,4% em relação a 2010. Para este ano, a expectativa é crescer 21%. Medicamentos representam maior fatia desse montante, R$ 14,3 bilhões, enquanto os não-medicamentos (perfumes, cremes, sabonetes) somaram R$ 6,1 bilhão.
Produtos vão sofrer reajuste no fim do mês
A partir do dia 31, os preços de 12.499 produtos vão encarecer até 5,85%. O reajuste foi autorizado pela CMED (Câmara de Regulação do Mercado de Medicamentos), órgão do governo que envolve vários ministérios. O percentual considera a inflação medida pelo IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo) de 5,89% acumulada entre março de 2011 e fevereiro.
Alguns dos remédios que vão ficar mais caros são omeprazol, para gastrite e úlcera, e amoxicilina, antibiótico para infecções urinárias e respiratórias. Eles deverão ter o maior aumento.
Os antipsicóticos e anestésicos, com menor participação de genéricos e similares, terão os preços corrigidos em 2,8%. Entretanto, o remédio ritalina, usado para combater o deficit de atenção, terá o preço reduzido em 0,25%.
No ano passado, os preços dos medicamentos foram reajustados em até 6%. E os produtos dermocosméticos tiveram alta média de 15%.
Segundo o presidente-executivo da Abrafarma, com mais dinheiro no bolso, o consumidor buscará produto mais específico, que muitas vezes não consegue encontrar no supermercado, como um creme que controle a oleosidade da pele e hidrate ao mesmo tempo.
Veículo: Diário do Grande ABC