Em 2011 foram vendidos 554.890 aparelhos, um aumento de 811,3% em relação a 2010.
Quem estava de olho nos televisores com tecnologia 3D e esperava os preços caírem para comprar já pode comemorar. O aparelho ficou 41% mais barato em média no ano passado ante 2010, o que fez as vendas darem um salto no mercado brasileiro.
Levantamento da consultoria GfK mostra que em 2011 foram vendidos 554.890 aparelhos de TV com 3D, um aumento de 811,3% em relação a 2010, ano em que o produto chegou às lojas do País e quando foram comercializadas 60.886 unidades.
O aumento da demanda também foi responsável pela queda de preço desse modelo de televisor, segundo a consultoria. Em 2010, uma TV 3D custava em média R$ 5.854. No ano passado, o valor médio pago pelo consumidor por esse tipo de aparelho caiu para R$ 3.425, uma redução de 41,49%.
Para o colunista em tecnologia do Grupo Estado, Ethevaldo Siqueira, o crescimento só não é maior porque ainda há pouco conteúdo em 3D para as TVs com essa tecnologia, principalmente quando se trata da programação da televisão aberta. "Há pouca coisa feita em 3D e só pode ser vista nos canais de alta definição (HD). O que passa na TV aberta e até na fechada ainda tem caráter experimental", afirma.
As TVs de terceira dimensão atuais também fazem uma simulação em que a imagem convencional (2D) é reproduzida como 3D. Ela faz a transformação, mas, segundo Siqueira, por ser algo simulado, a tecnologia e a resolução são inferiores à imagem que o aparelho poderia apresentar.
Acessórios- O consumidor que quer a experiência 3D em casa terá de investir em produtos além da televisor, segundo o professor do Instituto Mauá de Tecnologia, Ricardo Aurélio Roverso Abrão. "Vai ter de buscar um aparelho de Blu-ray 3D e comprar ou alugar filmes que tenham essa tecnologia", diz.
Outra opção para se aproveitar o recurso, além do Blu-ray 3D, são os consoles de videogame de última geração, como o Playstation 3 ou o Xbox com Kinect, que reproduzem a tecnologia 3D.
Na hora de escolher a TV com essa tecnologia tridimensional, o consumidor tem dois modelos principais disponíveis no mercado brasileiro e de fabricantes diferentes: o 3D passivo e o ativo, o que determina os óculos que precisam ser usados com o 3D.
Segundo Abrão, o passivo dispõe de óculos mais leves, baratos e de resolução menor do que o outro modelo. Já o ativo vem com óculos que necessitam de bateria, é maior, mais pesado, mais caro, mas tem melhor resolução de imagem. Para Siqueira, no final, os dois conseguem obter o mesmo efeito desejado.
Além desses modelos, também está chegando ao mercado a TV 3D que não necessita de óculos. Mas Siqueira afirma que há restrições, pois nesse caso a terceira dimensão funciona apenas para quem está em frente ao aparelho e não para quem vê a imagem na posição diagonal.
Abrão aconselha os consumidores a investir nessa tecnologia se estão interessados a trocar de aparelho. "Se vai trocar de TV, não precisa fugir do 3D. Os preços estão menores e devem cair mais ainda, pois a tecnologia das telas tem avançado rapidamente", diz.
Siqueira é mais cauteloso. Ele acredita que por falta de conteúdo e a necessidade de investir em outros aparelhos, o consumidor deve esperar mais um pouco. "Com certeza na época da Copa de 2014, vamos ter muito mais programação e o consumidor poderá usufruir dessa tecnologia", diz. (AE)
Veículo: Diário do Comércio - MG