Exportação de trigo do país segue firme

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Um dos maiores importadores mundiais de trigo, o Brasil está se consolidando também como exportador do cereal. Pela terceira safra consecutiva, o país está embarcando ao exterior mais de 1 milhão de toneladas, ocupando a décima posição entre os maiores exportadores globais. O movimento tem relação direta com os subsídios concedidos pelo governo federal para a comercialização do produto.

 

No ano-safra que começou em agosto de 2011, o país embarcou ao exterior 1,083 milhão de toneladas do cereal, sobretudo, para o Oriente Médio e nordeste da África, segundo dados da Secretaria de Comércio Exterior (Secex) compilados pela consultoria Safras & Mercado. No mesmo período do ciclo passado, o Brasil exportou mais, cerca de 1,8 milhão de toneladas. A queda se justifica pelo fato de a Rússia, um tradicional exportador, ter voltado mais agressivamente ao mercado internacional, explica o analista da Safras & Mercado, Michael Prudêncio.

 

A maior parte desse volume foi embarcada com apoio dos leilões públicos, diz ele. Na safra atual, a 2011/12, o governo brasileiro ajudou na comercialização de 2,134 milhões de toneladas do cereal com a quantia de R$ 200 milhões. Segundo levantamento da Safras, essa ajuda, na média, significou um subsídio ao preço do cereal de R$ 94 por tonelada - equivalente a cerca de 20% dos preços atuais do trigo, por exemplo, no Paraná.

 

Prudêncio acredita que ainda há espaço para o país embarcar mais trigo até o fim da safra, em julho. O Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) prevê que o Brasil exportará 2 milhões de toneladas do cereal nesta temporada 2011/12, mantendo sua posição entre os maiores vendedores globais. "Não acredito que atingirá 2 milhões, mas deve ficar próximo disso", afirma Prudêncio.

 

Na safra 2010/11, o Brasil embarcou 2,5 milhões de toneladas de trigo, um recorde, segundo dados do USDA. Naquele momento, lembra o analista da Safras, a Rússia e os países que integram as ex-repúblicas socialistas soviéticas tinham amargado uma forte quebra de colheita e reduziram drasticamente suas exportações, abrindo espaço para o Brasil. "O trigo brasileiro tem semelhanças com o da Rússia e, por isso o Brasil conquistou alguns mercados russos, como a África e o Oriente Médio", diz Prudêncio. Juntas, Rússia e ex-repúblicas socialistas soviéticas ocupam a terceira posição entre os maiores exportadores, atrás de Estados Unidos e Austrália.

 

O Brasil consome aproximadamente 11 milhões de toneladas de trigo, produz em torno de 5 milhões de toneladas e precisa importar o restante. Mas o tipo de cereal produzido em algumas regiões do país, como no Rio Grande do Sul, tem baixa procura pelos moinhos brasileiros, que buscam um cereal com especificações para fabricar a farinha de panificação.

 

Segundo dados da Safras, o país importou entre agosto do ano passado e março deste ano 3,7 milhões de toneladas do cereal, sendo 2,9 milhões de toneladas da Argentina. O volume é 4% menor do que os 3,8 milhões de toneladas de igual intervalo do ciclo passado. "O que ocorre é que os preços do cereal no Mercosul estavam muito elevados. Mais recentemente baixaram. Com isso, as importações voltaram a se aquecer", diz Prudêncio. Somente no mês de março, diz ele, as importações atingiram 622 mil toneladas, 33% maiores do que em março de 2011.

 

Veículo: Valor Econômico


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