A nova rota logística

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Com restrições à circulação de caminhões em grandes cidades, empresas investem em galpões no interior de São Paulo.


A ineficiência da matriz de transportes no Brasil, calcada nas rodovias, que respondem por 60% da movimentação de cargas, vem estimulando uma série de negócios pelo País afora. O trânsito complicado e as crescentes restrições à circulação de caminhões na cidade de São Paulo têm feito crescer a construção de condomínios industriais ao lado das rodovias que cortam o interior da capital paulista, enquanto operadores logísticos têm investido para aumentar sua presença nacional e para testar novos modais, de olho no aumento da eficiência e na redução de custos. A GR Properties, que atua na área imobiliária, inaugurou, em janeiro, em uma área próxima às rodovias Dom Pedro e Anhanguera, na região de Campinas, um espaço de 24 mil metros quadrados que funcionará como condomínio logístico.
 
“Mal foi entregue, já está quase tudo locado, seja para empresas que querem o espaço para distribuição própria de produtos, seja para operadores que prestam serviços logísticos”, afirma Guilherme Rossi, fundador e presidente da GR Properties. A empresa está concluindo outra obra, na mesma região, com 36 mil metros quadrados, que já está em estágio avançado e deve ser entregue no segundo semestre. “Pretendemos alugar em dois ou três meses”, diz o empresário, que é herdeiro da incorporadora Rossi Residencial. Nos dois condomínios industriais, os investimentos somados chegaram a R$ 115 milhões. De acordo com Rossi, a empresa agora está prospectando oportunidades em terrenos próximos do trecho Oeste do Rodoanel.
 
“O Brasil anda de caminhão, então estamos de olho nessas áreas em que passa uma parcela importante da economia brasileira”, afirma. Os negócios atualmente estão concentrados em São Paulo, mas Rossi já estuda o ingresso no mercado do Rio de Janeiro, onde analisa a abertura de um escritório em 2013. A ideia é comprar terrenos na via Dutra, rodovia que liga São Paulo ao Rio de Janeiro, próximos da entrada da capital fluminense. Cada investimento da GR Properties é financiado por capital próprio e por investidores. “Há um interesse grande do investidor em participar, porque esse é um segmento em expansão”, diz Rossi. “A demanda logística é alta.” As dificuldades no trânsito têm feito também com que as operadoras logísticas invistam crescentemente em tecnologia da informação (TI).
 
O objetivo é dar informações aos clientes sobre quando e em que condições os produtos encomendados foram entregues. Os motoristas das empresas trabalham com celulares equipados com programas eletrônicos que, em tempo real, indicam quando foi feita a entrega e quem a recebeu. Essa sofisticação também mudou o foco do negócio, exigindo que os transportadores não sejam apenas meros embarcadores de produtos, mas ofereçam amplas soluções dentro da cadeia de serviços. “Somos aqueles que manuseiam os produtos finais, mas às vezes temos de montar kits ou colar envelopes e rótulos”, diz Edward Montarroyos, diretor de vendas da Rapidão Cometa, que também tem ampliado sua cobertura nacional. “Em paralelo, precisamos usar equipamento de ponta, como GPS e satélite, para que o varejista saiba quando e como o produto transportado pela gente chegou ao cliente.”
 
A Rapidão Cometa abriu cinco filiais no Sul do País, em 2011, ampliando para oito o número de escritórios nos três Estados da região. Com uma frota de três mil veículos, grande parte do transporte é feito por rodovias, mas a empresa vem testando outros modais, para ganhar mais eficiência. No eixo São Paulo-Nordeste e de Manaus para o Nordeste, a navegação de cabotagem vem ganhando espaço, principalmente em períodos de pico das encomendas, como no fim do ano. “Há frequências regulares na rota e os preços têm sido competitivos”, diz Montarroyos. Segundo ele, os investimentos na cadeia do petróleo e gás e as perspectivas com a exploração da camada pré-sal estão abrindo novas oportunidades para as empresas do setor. “Neste ano, iremos estudar os clientes, quais suas necessidades, onde eles estão”, afirma Montarroyos.
 
 
 
Veículo: Isto É Dinheiro


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