Os consumidores de Belo Horizonte estão mais dispostos a presentear as mães este ano. Pesquisa divulgada ontem pela Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo de Minas Gerais (Fecomércio-MG) revelou que 86% dos entrevistados pretende comprar presentes para comemorar o Dia das Mães, contra 68% de 2011. Entretanto, o tíquete médio deve ser menor. A maioria, 42%, deve gastar entre R$ 50 e R$ 100, enquanto os que estão dispostos a desembolsar um valor superior somam 27%, ante 45%, do exercício anterior.
Para a gerente do Departamento de Economia da Fecomércio-MG, Silvânia de Araújo, o endividamento, em decorrência do crédito facilitado, começa a impulsionar o consumidor a pisar o pé no freio e ir em busca das promoções e dos descontos.
"O apelo da data é muito forte e a população continua confiante no atual cenário econômico, o que justifica o alto índice de intenção de compra. Todavia, as pessoas querem evitar a contração de débitos muito altos, por já estarem com o orçamento comprometido", esclarece. Os que não pretendem presentear, 14%, citaram o endividamento como principal motivo.
As roupas lideram a lista de intenções de compra, com 39%. Depois, aparecem os perfumes, com 15,5%, e os artigos de decoração, 9,5%. Os esforços do governo federal para estimular a saída de móveis e produtos de Linha Branca, parecem não ter funcionado na capital mineira. O estudo mostra que, a maioria, 84%, não pretende adquirir esses produtos, mesmo com a redução na alíquota do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI).
Para não perder venda, os comerciantes devem investir em promoções, preços mais baixos e condições de pagamento facilitadas. Mas, Silvânia de Araújo enfatiza também a necessidade de se atentar para uma vitrine atrativa, estratégias de marketing com foco na data e em um bom atendimento. Os preços altos e o mau atendimento são os dois fatores que mais desestimulam o cliente a recorrer ao comércio no período que antecede o Dia das Mães, com 45% e 32% das respostas, respectivamente.
Comodidade - A pesquisa indica que os shopping centers convencionais devem concentrar maior quantidade de consumidores, pois 42% afirmaram preferir os grandes centros de compra para satisfazer suas necessidades de consumo. Portanto, a fim de conseguir atrair uma parcela significativa de clientes, o comércio de rua e as lojas de bairro devem estabelecer canais diretos de comunicação com o comprador, cada vez mais preocupados com sua comodidade, conforme a economista.
A forma de pagamento preferida continua sendo o cartão de crédito, parcelado, com 54% da preferência, seguido pelo pagamento à vista, com dinheiro, 38% e o cartão de débito, 7%. A Fecomércio-MG entrevistou 400 pessoas, de todas as regiões de Belo Horizonte, entre os dias 11 e 16 de abril.
Veículo: Diário do Comércio - MG