O bom desempenho do comércio varejista do País tem sido impulsionado pelos pequenos e médios -prova disso é que esse nicho tem crescido em média 15% ao ano - e a previsão é que esse cenário perdure por mais um bom tempo segundo afirmou, em entrevista ao DCI, Roberto Nascimento Azevedo de Oliveira, professor do Núcleo de Estudos do Varejo da Escola Superior de Propaganda e Marketing de São Paulo (ESPM). "De uns anos para cá é possível ver o crescimento de 15% ao ano do pequeno e médio varejo, e isso continuará nos próximos anos, pois esse setor está mais bem preparado para atender os novos consumidores", diz.
A explicação desse fato é que esse empresário está mais atento às necessidades dos novos consumidores, que, segundo o professor, são aqueles que completaram a maioridade junto com o plano real e são mais exigentes. "Esses consumidores são mais exigentes e intolerantes a erros por parte dos varejistas.
Eles sabem quais produtos querem e não admitem não ter o item em estoque ou que o preço no caixa seja maior que o anunciado", explica o especialista em varejo. Na outra ponta, o comércio da Região Metropolitana de São Paulo (RMSP) teve faturamento de R$ 11,9 bilhões em fevereiro, o que representa crescimento de 3,3% das vendas na comparação com o igual período do ano passado.
Apuração
Os dados foram apurados pela Pesquisa Conjuntural do Comércio Varejista (PCCV) da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (Fecomercio-SP), que afirma que o resultado é positivo, pois, por ser período de carnaval, é comum que ele seja mais fraco. No bimestre, o varejo da RMSP acumula uma alta de 2,8% ante igual período de 2010.
Das atividades que compõem o grupo varejista, quatro apresentaram altas acima da média geral na comparação com o mesmo período do ano passado: comércio eletrônico, 55,7%; lojas de eletrodomésticos e eletroeletrônicos, 10,9%; supermercados, 8%, e lojas de móveis e decoração, 4,6%. Já as lojas de vestuário, tecidos e calçados registraram leve alta de 0,5%. Na outra ponta, os resultados tiveram uma queda significativa: lojas de departamentos, -0,6%; lojas de material de construção, -1,3%; comércio automotivo, -2,1%, e farmácias e perfumarias tiveram a queda mais alta: -7,2%. Segundo a entidade, o que fez com que os eletrodomésticos tivessem alta foi a prorrogação da desoneração fiscal da linha branca, medida promovida pelo governo.
Otimismo
O consumidor está mais confiante e avançou 4,9% no mês de abril na comparação com março, atingindo o recorde da série ao passar de 122,7 pontos para 128,7, segundo informações da Fundação Getulio Vargas (FGV).
Segundo o Índice de Confiança do Consumidor (ICC), houve melhorias sobre a conjuntura econômica atual e aumento no otimismo para os próximos meses do ano. No mês passado (março) o índice apontou o nível mais alto registrado desde julho do ano passado, quando ficou com 124,4 pontos.
Veículo: DCI