Lojistas do interior projetam alta de até 10% nas vendas

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O comércio do interior de Minas aguarda ansioso a chegada do Dia das Mães, considerada a segunda melhor data do ano pelo varejo, atrás somente do Natal. Dados da Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL) de quatro cidades, de diferentes regiões do Estado, mostram que o incremento nas vendas em relação ao mesmo período do exercício passado deve atingir até 10%. Já nos segmentos que se aproximam mais do público-alvo do período, como calçados e vestuário, o crescimento deve ser mais significativo, chegando aos 40%.
 

Em Uberlândia (Triângulo) a expectativa é de aumento de 10% nos negócios em relação a 2011. Em Juiz de Fora (Zona da Mata) o crescimento, na mesma base de comparação, deve ser de 8%, enquanto que em Ipatinga (Vale do Aço) é esperada alta de 6%. Já em Governador Valadares (Vale do Rio Doce) as vendas podem subir 5%. Conforme as entidades, os produtos mais consumidos são aqueles ligados à moda, como calçados, vestuário e acessórios, além de perfumaria e eletroeletrônicos.

 
Os motivos que explicam a variação nas previsões estão de acordo com a conjuntura de cada região. Em Ipatinga, por exemplo, as estimativas cautelosas se justificam pelas mudanças no bloco de controle da Usiminas, que, recentemente, contou com a entrada do grupo argentino Ternium/Tenaris. "Como a usina é responsável por empregar milhares de pessoas, muitas delas estão com medo de gastar, pois acreditam que seu emprego possa estar em risco", explica o presidente da CDL local, Márcio Penna.

 
Em contrapartida, o acesso facilitado ao crédito e outras estratégias utilizadas pelos lojistas, como bom atendimento, vitrine atrativa e publicidade em mídia impressa e eletrônica, acabam por motivar o consumidor a ir às compras. "Os lojistas tendem a investir mais nesta data, seja na contratação de funcionários ou em propaganda, devido ao seu enorme potencial", diz a gerente da CDL de Governador Valadares, Geralda Gonçalves.

 
Além disso, o fato de o Dia das Mães ser uma data de forte apelo emocional, também ajuda a despertar a vontade de presentear. Em Uberlândia, pesquisa da CDL apontou que 90% dos consumidores pretendem comprar. E o tíquete médio deve variar entre R$ 50 e R$ 150, o que confirma dado da Federação do Comércio do Estado de Minas Gerais (Fecomércio Minas), que, no início de abril, divulgou que o consumidor deve gastar, em média, R$ 75.

 
O cartão de crédito parcelado deve ser a forma de pagamento preferida também no interior. Em Juiz de Fora, por exemplo, 50% dos consumidores pretendem usar o "dinheiro de plástico". "Muitos estabelecimentos conseguem parcelar uma compra em seis e, em alguns casos, até 12 vezes. Isso acaba atraindo clientes, pois muitos têm o orçamento comprometido com débitos mais urgentes", diz o presidente da CDL do município, Vandir da Silva.
 

Rua - Ao contrário da Capital, onde as vendas se concentram sobretudo nos shoppings, no interior de Minas o comércio de rua ainda tem bastante força. Além do centro, alguns bairros representam, para os moradores, verdadeiros polos comerciais, devido à diversidade que oferecem. "Na rua as marcas estão mais presentes. Por isso, o consumidor continua freqüentando mais, em relação aos malls", reforça Geralda Gonçalves.


Em Ipatinga o comércio é bem pulverizado. Márcio Penna cita as avenidas Carlos Chagas, no bairro Cidade Nobre, e Selim de Sales, no Canaã, como vias muito movimentadas, graças à quantidade de estabelecimentos que abrigam.

 
O mesmo acontece em Juiz de Fora. "O centro da cidade, bem como alguns outros bairros, são shoppings a céu aberto, com os quais as pessoas estão acostumadas. O mall tradicional, inaugurado há pouco tempo, está em fase de crescimento. Ele ainda é visto como alternativa para o horário noturno, quando as lojas de rua já encerraram o expediente", informa Vandir da Silva.


Veículo: Diário do Comércio - MG


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