Preço médio pago ao produtor sobe 2,26%

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Em abril, a elevação do valor foi atribuída ao menor volume captado, com o início do período de estiagem.

O preço médio pago aos pecuaristas de leite, ao longo de abril, foi 2,26% superior em Minas Gerais, se comparado com o valor praticado em março. A alta foi justificada pela queda de 6% na captação, devido à redução das chuvas no período. A tendência para os próximos meses é de novas reduções na captação, provocada pela intensificação do período de seca. Os dados são do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea).

Com o incremento verificado nos preços médios praticados no Estado, o valor pago em média ao pecuarista atingiu em R$ 0,882. O preço máximo praticado ao longo de abril, para pagamento do leite entregue em março, alcançou R$ 1,01 e o mínimo ficou em R$ 0,80.

A situação atípica, de queda na captação ao longo dos primeiros três meses do ano, também foi observada nas demais regiões produtoras. Segundo os dados do Cepea, apesar do primeiro trimestre ser tipicamente período de chuvas, neste ano a produção de leite em importantes Estados tem diminuído desde janeiro.

No país, o Índice de Captação de Leite do Cepea (ICAP-Leite) recuou 3,8% em março frente a fevereiro na média calculada nos Estados de Minas Gerais, Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Paraná, São Paulo, Goiás e Bahia. A queda ocorreu em todos os Estados da pesquisa.

A maior redução foi observada em Minas Gerais, principal produtor, onde o índice foi de quase 6%; em São Paulo e Goiás, houve quedas entre 3% e 4%. No Sul do país, a redução observada no Estado catarinense foi a mais representativa, de 5%, enquanto no Paraná a diminuição da oferta foi de apenas 0,9%.


Preços - Com a queda da oferta de leite para as indústrias, os preços pagos aos pecuaristas mineiros apresentaram alta em todas as regiões pesquisadas no Estado.

Segundo os pesquisadores do Cepea, em abril, a maior alta foi observada no Sul/Sudeste de Minas Gerais, com incremento de 6,27% nos preços pagos pelo litro de leite. O valor máximo praticado chegou a R$ 0,912 por litro. O mínimo foi de R$ 0,804 e o médio a R$ 0,865.

Alta significativa também foi registrada no Vale do Rio Doce, incremento de 2,90%. Os dados levantados pelos pesquisadores do Cepea mostraram que o preço máximo praticado na região chegou a R$ 1,02, valor que também foi o maior vigente no Estado. O preço mínimo pago pelo litro no período ficou em R$ 0,849 e o médio a R$ 0,936.

Na Região Metropolitana de Belo Horizonte (RMBH) o incremento no período foi de 2,26%, fazendo com que o preço médio ficasse em R$ 0,915 por litro de leite. Na região, o preço máximo recebido pela comercializado do leite chegou a R$ 1,018 e o mínimo a R$ 0,801.

De acordo com a pesquisa mensal realizada pelo Cepea em relação às expectativas de compradores de leite sobre o comportamento dos preços para maio, 64% dos entrevistados, que representam 86% do volume de leite da amostra, acreditam em estabilidade dos preços a serem pagos ao longo deste mês. Para 30% dos representantes de laticínios, que respondem por 11% da amostra, deve haver alta de preços e 6% dos agentes consultados, responsáveis por 3% do volume amostrado, acreditam em redução.

A tendência para esta época do ano é de que a oferta de leite siga diminuindo com a redução das pastagens devido ao clima seco e a redução das chuvas. Porém, indústrias e cooperativas consultadas pelo Cepea continuam relatando que a demanda desaquecida por produtos lácteos e as elevadas importações, especialmente de queijos e leites em pó, estão prejudicando o mercado.




Veículo: Diário do Comércio - MG


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