Sem gás, cerâmicas já começam a parar fornos

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As indústrias que utilizam gás natural tanto no Rio Grande do Sul quanto em Santa Catarina começaram ontem a viver racionamento e a parar algumas linhas. Houve uma explosão em um trecho do Gasoduto Brasil-Bolívia (Gasbol), no domingo à noite, em Belchior, próximo à cidade de Gaspar (SC). 

 

O presidente do Sindicato das Indústrias Cerâmicas de Santa Catarina (Sindiceram), Otmar Müller, afirmou que as empresas consideram a situação grave e começam a reduzir a produção e a procurar atender os clientes com estoques. "Há indústrias começando o resfriamentos dos altos fornos e estamos procurando alternativas de GLP para manter um ou outro forno ligado." O problema, no entanto, é que nem todas as indústrias cerâmicas possuem unidades que podem usar outro combustível como alternativa. 

 

A Transportadora Brasileira Gasoduto Bolívia-Brasil (TBG), responsável pelo Gasbol, mandou equipes para o local, mas não tinha até ontem estimativa de quando o reparo estaria concluído. Informou, por meio de nota, que "todos os esforços e recursos estão sendo disponibilizados para realizar o reparo no menor tempo possível, e com menor impacto aos consumidores, às comunidades do entorno e ao meio ambiente." 

 

No Rio Grande do Sul, o fornecimento de gás foi cortado para postos de combustíveis e a Sulgás, responsável pela distribuição no estado, acionou plano de contingenciamento, que orienta a redução do consumo das indústrias e prioriza fornecimento para serviços essenciais, como hospitais. O consumo gaúcho é de 1,5 milhão de metros cúbicos/dia. Em Santa Catarina, o plano de contingenciamento também foi acionado pela SCGás, seguindo basicamente as mesmas premissas. Em SC, o consumo é de 1,2 milhão de metros cúbicos/dia. 

 

O presidente da SCGás, Ivan Ranzolin, disse que a explosão no Gasbol ocorreu em um duto em uma área de encosta, no qual as equipes só chegam de helicóptero. Ele afirmou ontem que essas equipes mantêm contatos de hora em hora com a distribuidora e até o fim da tarde de ontem não haviam conseguido ainda iniciar os reparos, já que a chuva ainda estava forte. 

 

"A situação é muito grave. As equipes foram de helicóptero até o local, tiraram fotos, mas ainda não têm como reparar enquanto a chuva continuar. Acredito que nas próximas 48 horas não há muito o que ser feito", disse Ranzolin, considerando a previsão meteorológica de mais chuvas até amanhã. 

 

Veículo: Valor Econômico


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