Preço do milho deve continuar em queda

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Safrinha maior e produção dos Estados Unidos são as causas dos recuos na cotação do produto.

A ampliação da safrinha de milho em Minas e demais regiões produtoras e as expectativas positivas em relação à produção do cereal nos Estados Unidos são fatores que poderão contribuir para que os preços do milho sofram novas quedas ao longo deste ano. De acordo com dados da Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de Minas Gerais (Faemg), entre o final de abril e os primeiros dez dias de maio houve queda próxima a 5% nos preços pagos pela saca de 60 quilos no Estado.

Segundo a analista de agronegócio da Faemg, Aline Veloso, os bons preços do milho registrados ao longo do ano passado incentivaram os investimentos na cultura, que foi ampliada significativamente na safra 2011/12. Vários produtores migraram de culturas como a do feijão, apostando na manutenção dos preços lucrativos.

Mesmo com os recuos observados nos preços pagos aos produtores, a comercialização do cereal ainda está gerando lucro, o que novamente estimula o aumento da intenção de plantio da safrinha. A colheita da primeira safra já foi iniciada.

"Preços rentáveis, aliados à crescente demanda pelo milho, incentivaram os produtores mineiros a investir no plantio do grão. Com isso, Minas mantém a liderança na primeira safra do cereal e irá ampliar em 49,4% a produção na safrinha. O aumento da oferta vem impactando na formação dos preços, mas apesar da queda os valores estão acima do preço mínimo estipulado pelo governo", diz Aline.

Os dados da Faemg mostram que entre março e abril foi registrada queda de 10,26% nos preços pagos pela saca de 60 quilos de milho aos produtores. A cotação, que na média de março ficou em R$ 24,63, caiu para R$ 22,31 no acumulado de abril.

Com o início da colheita da primeira safra e a intenção de aumento de plantio na safrinha, os preços voltaram a cair nos primeiros dias de maio. Segundo a Faemg, os valores estão em torno de R$ 21,20, o que representa queda próxima a 5%.

"A tendência é de novas reduções, devido ao incremento da oferta. Os produtores precisam ficar atentos para os rumos do mercado, principalmente em relação ao segundo semestre, quando chega ao mercado mundial a produção dos Estados Unidos, que são os maiores produtores e exportadores do cereal", observa a analista.

Segundo dados da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), a produção da primeira safra de milho em Minas renderá ao Estado 7,038 milhões de toneladas, alta de 13,6% sobre as 6,198 milhões de toneladas produzidas em igual safra do ano passado.

No mesmo período, a produção brasileira ficará praticamente estável, com variação negativa de apenas 0,6% e volume de 35,72 milhões de toneladas. A redução da safra nacional se deve à seca prolongada no Sul do país.

A capitalização dos produtores, promovida ao longo de 2011, fez com que os tratos culturais e o investimento em sementes de alta qualidade fossem ampliados, o que, aliado ao clima favorável, resultou em ganho de produtividade. Os dados da Conab mostram que a produtividade mineira do cereal está em torno de 5,8 toneladas por hectare, alta de 8%.


Incentivo - Os preços ainda lucrativos estão incentivando o aumento da safrinha. A previsão é de que na segunda safra do produto ocorra expansão significativa de 49,4% na produção, o que resultará em 491 mil toneladas de milho. A área destinada ao plantio é de 95,1 mil hectares, incremento de 65,7%.

No país haverá recuperação da produção na região Sul e alta no Mato Grosso, que sozinho produzirá 11,388 milhões de toneladas. A previsão é de que a segunda safra nacional de milho fique 40,5% superior à gerada em igual período produtivo de 2011, rendendo em média 30,177 milhões de toneladas de milho.


Veículo: Diário do Comércio - MG


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