A Johnson & Johnson, multinacional americana que tem entre seus carros-chefes a linha de cuidados com o bebê Johnson's baby, encerrou a fabricação e a venda de fraldas descartáveis infantis, no Brasil, no mês passado. De acordo com a companhia, a medida faz parte de sua estratégia global. O país era o último mercado no qual a empresa ainda fabricava o produto.
"O mercado de fraldas é importante para a categoria como um todo, mas nos últimos anos a Johnson & Johnson tem focado em outros produtos que tragam mais tecnologia e inovação para o consumidor", informou a companhia ao Valor. No caso de Johnson's baby, há cerca de cinco anos, o foco está nas categorias de cuidados com a pele e cabelos dos bebês. As vendas da J&J cresceram 300% nesses segmentos nos últimos dez anos, segundo dados fornecidos pela empresa.
Nos Estados Unidos, a Johnson & Johnson já encerrou a produção e a comercialização de fraldas há mais de vinte anos. No Brasil, a linha de produção na fábrica da empresa em São José dos Campos, no interior de São Paulo, foi desativada no mês passado, após 39 anos de fabricação no país.
Nas décadas de 70 e 80, a Johnson & Johnson reinava praticamente sozinha no setor de fraldas infantis no Brasil. A partir de 1990, a empresa ainda liderava com folga, mas foi perdendo espaço rapidamente com a entrada de novos concorrentes, após a abertura do mercado. Em 2002, a J&J tinha uma participação de 10,5% em valor de mercado. Essa fatia diminuiu para 6,5% em 2008 e voltou a crescer, até 2011, quando encerrou com 9%, segundo a Euromonitor.
A fabricante brasileira de bens de consumo Hypermarcas chegou a negociar a compra da linha de fraldas da Johnson & Johnson As conversas tiveram início no fim de 2009, mas não avançaram, conforme apurou o Valor na época. Um dos fatores que dificultou a conclusão do negócio foi o fato de a marca de fraldas levar o nome da fabricante americana.
Veículo: Valor Econômico