Fabricante de cosméticos deu prazo até segunda-feira para concorrente começar a negociação
A fabricante de cosméticos Coty aumentou a oferta para comprar a Avon, com o financiamento da Berkshire Hathaway, de Warren Buffett, e deu prazo até segunda-feira para a companhia de produtos de beleza começar a negociar. A Coty, produtora da loção pós-barba Stetson e das fragrâncias de Beyoncé, aumentou a oferta em US$ 1,50, para US$ 24,75 por ação, ou US$ 10,65 bilhões, de acordo com comunicado divulgado ontem pela Avon.
Em abril, a Coty havia oferecido US$ 23,25 por ação pela Avon, cuja receita supera em duas vezes a sua própria.
A Avon, conhecida por seus célebres comerciais dos anos 50 e 60, rejeitou a oferta em abril, como havia feito com uma proposta anterior, alegando que a chegada de um novo presidente seria mais vantajosa do que a venda, em termos de valor.
Desta vez, a Avon disse que vai analisar a última oferta "no momento oportuno". "Não acho que eles aceitarão a oferta. Eles sabem que o preço ofertado é muito baixo", disse o analista Michael Bigger, fundador da empresa Bigger Capital, que controla ações da Avon. "Cosméticos são um ótimo negócio. A Avon merece ágio. Se dependesse de mim, eu exigiria o valor de US$ 28 por ação ou mais".
A Coty reiterou em sua carta ao conselho da Avon, datada de 9 de maio, que não será hostil.
A Avon - cujo lucro tem despencado e que enfrenta uma acusação de suborno nos Estados Unidos - pode ver sua ação ser derrubada caso a empresa ignore a Coty. "Ignorando a substiuição do presidente, a ação da Avon provavelmente cairá a pouco menos de US$ 20", escreveu o analista Mark Astrachan, do Stifel Nicolaus, em nota.
Na carta, o presidente de conselho da Coty, Bart Becht, afirmou que entre as fontes de financiamento estão o acionista majoritário Joh. A. Benckiser, a BDT Capital Partners e alguns sócios e a Berkshire Hathaway. Segundo a Coty, o JPMorgan Securities financiaria a dívida.
"A Coty não pode esperar muito, ela tem que seguir adiante com o próprio negócio", disse o analista Ali Dibadj, da Sanford C. Bernstein. "O risco é que o prazo é muito curto", acrescentou.
Financiamento. Enquanto a Coty afirmou anteriormente que tinha fortes fontes de financiamento, ontem, o dia foi marcado pelo fato de a Berkshire ser mencionada pela primeira vez. O BDT Capital Partners, fundado pelo ex-acionista do Goldman Sachs, é confidente de longa data de Warren Buffett. Byron Trott e Joh. A. Benckiser foram citados desde o início.
Na quarta-feira, o JAB Holdings BV, que pertence à família Reimann, disse que pretendia vender cerca de 4,9% de sua fatia do grupo de bens de consumo britânico Reckitt para reduzir sua participação total a 10,4 %.
Veículo: O Estado de S. Paulo