Eleições levam gráficas a contratar

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Produção dessas empresas no período eleitoral representa 10,6% do faturamento no acumulado do ano.

Faltando pouco mais de um mês para a liberação da propaganda política pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE), as gráficas de Belo Horizonte já se preparam para o "natal" do setor. Para suprir a forte demanda nos próximos meses, as contratações de temporários já começaram. Segundo estimativas de Associação Brasileira da Indústria Gráfica (Abigraf), a produção gráfica no período eleitoral representa 10,6% do faturamento do segmento em todo o ano.

Santinhos, folders, mala direta, panfletos e banners com imagens de políticos farão parte da realidade do cidadão mineiro a partir do dia 6 de julho, quando o TSE vai permitir a propaganda eleitoral. Uma pesquisa da Abigraf revela que, em média, um vereador solicita a produção de 400 faixas e 100 mil santinhos eleitorais. Mas existem regras para os partidos políticos e candidatos disporem este material em locais públicos no período de quase três meses que antecede as eleições:


- Comício: É permitido a partir do dia 6 de julho até 48 horas antes do dia das eleições, das 8 horas às 2- horas. Pode ser usado aparelho de som fixo e trio elétrico, desde que este permaneça parado durante o evento.


- Alto-falantes e amplificadores de som: Não podem ser usados a menos de 200 metros de sedes do governo, da Justiça, dos estabelecimentos militares, dos hospitais e casas de saúde; das escolas, bibliotecas públicas, igrejas e teatros, quando em funcionamento.


- Caminhada, carreata e passeata: São permitidas a partir do dia 6 de julho até as 22 horas do dia que antecede as eleições. Pode ser feita a distribuição de material gráfico e uso de carro de som. É proibido o uso de microfone e manifestações nos locais citados acima.


- Cavaletes, bonecos, cartazes e bandeiras móveis: São permitidos ao longo das vias públicas, desde que não dificultem o bom andamento do trânsito de pessoas e veículos. Devem ser colocados e retirados diariamente, entre 6 horas e 22 horas. Proibidos em bens de uso comum, ou seja, aqueles que a população em geral tem acesso.


- Camisetas, chaveiros, bonés, canetas e brindes: São permitidos desde que não contenham nome ou número de candidato nem especificação de cargo em disputa. Esta restrição também vale para qualquer outro material de divulgação institucional.


- Faixas, placas, cartazes, pinturas ou inscrições: Podem ser fixados apenas em bens particulares, independentemente de autorização da Justiça Eleitoral, observado o limite máximo de - metros quadrados. A propaganda deve ser feita espontânea e gratuitamente.


- Distribuição de folhetos, volantes e outros impressos (santinhos): Pode ser feita até as 22 horas do dia que antecede as eleições. Todo material impresso de campanha deverá conter o número de inscrição no Cadastro Nacional da Pessoa Jurídica (CNPJ) ou Cadastro de Pessoas Físicas (CPF) do responsável pela confecção, bem como de quem a contratou, e a respectiva tiragem.

Para o diretor da Pampulha Editora Gráfica (www.pampulhaeditora.com.br), Jairo Alves Júnior, o período eleitoral representa um aumento de 8% a 10% no faturamento, com produção mensal 20% maior. "Fazemos principalmente impressões offset de santinhos e folhetos de partidos políticos e candidatos, que são nosso carro-chefe", diz Alves Júnior. Com total de 60 funcionários, a gráfica já selecionou mais 10 colaboradores temporários para o período de três meses, que irão trabalhar nos finais de semana e à noite.

"A campanha eleitoral é sazonal e muito agressiva para o segmento promocional. Para não perdermos nossos clientes habituais, contratamos mais funcionários. Nossa filosofia é atender com qualidade nossos clientes do dia a dia, independente da época", afirma. Como garantia para assegurar os novos pedidos, a empresa investiu em uma máquina para impressão offset de quatro cores, no valor de R$ 1 milhão.

Os pedidos de impressão só devem ter início em 15 de junho, quando a convenção dos partidos políticos define os nomes dos candidatos. A Hiper Graphic (www.hipergraphic.com), com três lojas na Capital, já começou visitas comerciais aos partidos e diretórios políticos e comitês de campanha para fechar contratos para impressão de material eleitoral. O foco da empresa é impressão digital em grandes formatos, como banner, adesivos e lona digital.

Segundo o proprietário da Hiper Graphic, Paulo Henrique Sampaio, é o primeiro ano que a empresa vai imprimir material para candidatos e partidos políticos. "Acabamos de inaugurar um galpão de 700 metros quadrados para atender à demanda por impressões em grandes formatos, o investimento foi de R$ 1 milhão", revela. A Hiper Grafic dobrou o estoque de material para os três meses que antecedem às eleições, e espera aumento de 20% na receita neste período. "A eleição municipal é uma oportunidade de negócios. Se precisar, nossos funcionários vão fazer hora extra para atender a toda demanda", garante.

O Produto Interno Bruto (PIB) da indústria gráfica foi de R$ 29,9 bilhões em 2011, um acréscimo de 0,74% em relação ao exercício anterior. Em 2012, a previsão é de alta entre 1,3% a 1,5%. O segmento promocional, responsável por atender a demanda das campanhas eleitorais, registraram produção de R$ 3,18 bilhões em 2011. Para este ano, a expectativa é de um crescimento de 11%, acumulando um total de R$ 3,56 bilhões. A demanda do período de eleição deve impactar mais fortemente na indústria gráfica nos meses de julho, agosto de setembro.



Veículo: Diário do Comércio - MG


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