Demanda mundial de 26,3 bilhões de toneladas garante expansão do setor
A alta demanda mundial por alimentos agrícolas, que soma algo em torno de 26,3 bilhões de toneladas, mas com um déficit de 60,6 milhões, sinaliza um cenário bastante favorável para a expansão do agronegócio brasileiro, segundo apontou ontem o secretário de política agrícola
do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Caio Tibério da Rocha, durante Seminário Perspectivas para o Agribusiness em 2012 e 2013 realizado em São Paulo.
Diante desse cenário turbulento por falta de alimentos, Rocha aponta que o Brasil é o país que mais tem condições para seguir se destacando como um forte produtor, ao lembra que África e o Leste Europeu fazem agora também parte das novas fronteiras agrícolas.
Os bons motivos, segundo ele, são a grande oferta de bons solos para cultivo e abundância de água. “A África até chama a atenção, mas ao contrário do Brasil, ela só tem uma grande extensão territorial”, compara.
Para que os dados divulgados ganhassem mais credibilidade, Rocha enfatizou que se Brasil e Argentina deixassem de produzir grãos como soja e milho, o déficit de alimentos seria maior, atingindo a casa dos 815,8 milhões de toneladas. A China, segundo ele, é o grande motor responsável por manter a alta demanda. “As importações de soja do gigante asiático para o per íodo 2012 somam 111,5 milhões de toneladas. Esse volume significa nada menos do que a produção de Brasil e Argentinas juntas. Só esse dado já mostra quão promissor é o setor agrícola para nós nos próximos anos”, destaca o secretário.
Segundo ele, a produtividade brasileira cresce anualmente cerca de 3%, enquanto a dos Estados Unidos, por exemplo, não consegue atingir esse mesm o d e s e m p e n h o e avança 1,87% ao ano. “O Brasil é vitorioso porque tem alta gestão e tecnologia de ponta”, defendeu, sem deixa de concordar que ainda há necessidade de serem feitos muitos investimentos para garantir a competitividade e eficiência do setor.
"O momento atual é de um grande desafio em ofertar alimentos. E o Brasil certamente deve se manter como o grande celeiro mundial”, completa.
Para isso, Rocha adiantou, sem antecipar os volumes de recursos a serem ofertados, que o plano safra, para o período de 2012/13, previsto para ser divulgado em meados de junho, vai focalizar o papel do médio produtor, oferecendo a eles condições mais favoráveis, objetivando sua maior participação no mercado. “Queremos aumentar o acesso às linhas para o cooperativismo hortigranjeiro e ao Programa de Agricultura de Baixo Carbono (ABC)”, completou, sinalizando que as taxas de financiamentos devem ser algo entre 2% e 6,75% ao ano.
Segundo Rocha, o objetivo do governo é criar as melhores condições para que a produção de grãos continue crescendo e atinja 172 milhões de toneladas em 2021. A safra 2011/12 é estimada em 160,6 milhões de toneladas.
Veículo: Brasil Econômico