Mercado de cartões projeta faturar R$ 1,3 trilhão em 2015

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Até 2015, 36% do consumo das famílias brasileiras serão feitos por meio de cartões de crédito, débito e de loja (private label), e o faturamento do mercado deve atingir R$ 1,3 trilhão, segundo projeção da Associação Brasileira das Empresas de Cartões de Crédito e Serviços (Abecs).

 

Claudio Yamaguti, presidente da Abecs e que também comanda a Redecard, revela que a estimativa segue o ritmo de crescimento de 20% ao ano. "Em 2010, o faturamento foi de R$ 542 bilhões, então em cinco anos será mais do que o dobro."

 

A expansão está relacionada, na explicação do presidente, à mudança do hábito de consumo, no qual há a substituição de papel-moeda (dinheiro) e cheque pelo cartão. Há ainda os baixos índices de desemprego, aumento da base consumidora da população com a ascensão das classes sociais e da base de aceitação.

 

A média de uso de cartões em 2011 atingiu 26,8%, com pico de 29,8% no mês de dezembro. "Hoje, 82% do uso do débito é feito para saques em caixas eletrônicos e 18% somente é utilizado de forma eletrônica no comércio. Mas o débito cresce, porque o consumidor deixa de ir ao ATM (caixa eletrônico, na sigla em inglês) e vai direto. Essa mudança de hábito faz com que a indústria cresça.".

 

Nos três primeiros meses de 2012, o faturamento acumulado atingiu R$ 178,5 bilhões, alta de 23% na comparação com o mesmo período de 2011. Já o volume de transações evoluiu 18%, para 2,2 bilhões, com 704 milhões de plásticos em circulação, o que representa um crescimento de 9% no trimestre.

 

Na divisão por modalidade, a maior expansão ocorreu em débito, de 25%, para R$ 54 bilhões de faturamento. No volume de transações, o crescimento foi de 21%, para 944 milhões, com 271 milhões de unidades, expansão de 7%.O gasto médio em débito evoluiu 4%, para R$ 57.

 

O maior tíquete médio está concentrado no cartão de crédito, de R$ 116. Dessa forma, a modalidade concentrou faturamento de R$ 103 bilhões, com 886 milhões de operações em 179 milhões de plásticos, acréscimos de 23%, 17% e 13%, respectivamente. Do total, 50% foram compras à vista e 50% parceladas.

 

O segmento de cartões de lojas concentrou R$ 21 bilhões em faturamento, 15% a mais do que o registrado no primeiro trimestre de 2011. No quesito volume de transações, o private label avançou 12%, para 363 milhões, com 254 milhões de unidades em circulação e tíquete médio de R$ 59.

 

O presidente da Abecs destaca no período a continuidade de ampliação da aceitação dos cartões em nichos não tradicionais.

 

No setor de comércio atacadista e varejista, principalmente em materiais de construção, houve aumento de 38% na aceitação de cartões de crédito. No setor primário, indústria e serviços básicos, que contempla educação e saúde, o crescimento no trimestre foi de 36%. Já na área de outros serviços e profissionais liberais, como médicos, advogados, taxistas, e cabeleireiros, entre outros, o aumento atingiu 29%.

 

No que se refere ao faturamento do débito, o crescimento mais acentuado ocorreu no setor primário, indústria e serviços básicos, de 40%. "Cada vez mais em ramos que aceitavam somente dinheiro é comum encontrar uma máquina. Mas é um processo gradativo, porque o próprio profissional, como o cabeleireiro, não está acostumado, mas percebe que tem facilidades, como segurança e benefícios que facilitam o trabalho do pequeno comércio", diz Yamaguti.

 

Exterior

 

Apesar do aumento do uso em território nacional, o cartão de crédito perdeu espaço no primeiro trimestre do ano para os pré-pagos em compras no exterior. Segundo o presidente da Abecs, a alta de 7%, para o total de R$ 5,5 bilhões em compras, foi inferior ao crescimento do setor, de 23%, por conta da incidência de 6,38% do Imposto Sobre Operações Financeiras (IOF) no crédito, que não ocorre nos pré-pagos. "Os gastos no exterior continuam iguais, mas o cartão que estava sendo usado perde relevância por conta do imposto e entra o pré-pago, sem imposto".

 

Emitido pelas instituições financeiras, o pré-pago funciona com uma recarga prévia e operações de câmbio. O IOF é de 0,38% mais as tarifas dos bancos. 

 

 

Veículo: DCI


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