Cade aprova acordo entre BRF e Marfrig

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O Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) aprovou ontem, por unanimidade, o acordo para a troca de ativos entre BRF - Brasil Foods e Marfrig. Com o aval da autoridade antitruste, a Marfrig ficará com o bloco de ativos que a BRF teve de colocar à venda como condição imposta pelo Cade para sua criação, a partir da incorporação da Sadia pela Perdigão. Em troca, a BRF receberá da Marfrig os ativos relacionados à marca Paty na Argentina e o pagamento de R$ 350 milhões.

A operação, que envolve cerca de 8 mil trabalhadores, ainda está sujeita a futuras verificações e será acompanhada pelo Cade, já que a efetiva troca de ativos acontecerá ao longo deste ano, em três fases. Na decisão de ontem, os conselheiros do órgão declararam que a BRF cumpriu, até o momento, o Termo de Compromisso de Desempenho (TCD) assinado pela companhia em julho do ano passado.

Em junho, a BRF receberá da Marfrig a argentina Quickfood, que detém a marca Paty, líder em hambúrguer no mercado do país vizinho, e entregará para a Marfrig três das dez fábricas de processados previstas pelo acordo. Na segunda etapa, em julho, a Marfrig receberá outras cinco plantas, e na terceira fase, em agosto, as duas fábricas restantes.

Do montante de R$ 350 milhões devido à BRF, a Marfrig fará um pagamento inicial de R$ 100 milhões entre os meses de junho e outubro deste ano. Os R$ 250 milhões restantes serão divididos em 72 parcelas mensais.

Além das dez fábricas de processados, a BRF vai transferir para a Marfrig as marcas Rezende, Wilson, Texas, Tekitos, Patitas, Escolha Saudável, Light Ellegant, Fiesta, Freski, Confiança, Doriana e Delicata. O acordo prevê, ainda, a transferência de duas unidades de abates de suínos, duas unidades de abates de aves, quatro fábricas de ração, 12 granjas de matrizes de frangos, dois incubatórios de aves e oito centros de distribuição. No caso da unidade de suínos de Carambeí (PR), a Marfrig fará inicialmente um arrendamento, com opção de compra fixada em R$ 188 milhões. A Marfrig ficará ainda com a participação acionária detida pela Sadia na Excelsior Alimentos, de 64,57%, e todos os contratos com produtores integrados.

Com os novos ativos, a Marfrig deve elevar sua fatia no mercado brasileiro de industrializados de carne de 9% para 21%, criando um concorrente de peso para a própria BRF, conforme esperava o Cade quando firmou o TCD, no ano passado. Com a operação, a Marfrig espera, ainda, aumentar em R$ 1,7 bilhão por ano seu faturamento líquido, que em 2011 chegou a R$ 21,8 bilhões.

No lado da BRF, a troca de ativos reforçará o processo de internacionalização da empresa, bem como a atuação da companhia na Argentina, país estratégico para a BRF, que pretende transformá-lo numa importante plataforma de exportação de aves e suínos ao longo dos próximos cinco a dez anos.


Veículo: Valor Econômico


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