Receita com tabaco deve chegar a US$ 2,6 bilhões

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Maior exportador mundial de tabaco, o Brasil deve obter uma receita de pelo menos US$ 2,6 bilhões este ano, 18% superior à de 2007, quando o valor dos embarques de fumo ficou em US$ 2,2 bilhões. O produto é o terceiro na pauta de exportações do agronegócio brasileiro.

 

Embora tenha faturado mais, o volume exportado em 2008 pode cair para 650 mil - 7% menos que o embarcado no ano passado. Para o presidente do Sindicato das Indústrias de Fumo (SindiTabaco), Iro Schünke, não se trata de queda do volume de vendas. Ele prefere chamar de regulação, considerando o bom desempenho alcançado no período anterior.

 

"Em 2007 chegamos ao recorde de 700 mil toneladas. Havia estoques remanescentes da safra de 2006, o que proporcionou a elevação das vendas externas", afirmou. Há dois anos, os produtores de fumo enfrentaram severas adversidades climáticas. Sem produto disponível, a indústria só conseguiu negociar no mercado internacional 560 mil toneladas do produto.

 

Desempenho

 

Até outubro deste ano foram exportadas 600 mil toneladas de folhas de fumo, o que representou uma receita de US$ 2,385 bilhões em receita. No primeiro semestre de 2008, as exportações de fumo da Souza Cruz totalizaram 25,3 mil toneladas, montante quase 70% maior que o comercializado no mesmo período de 2006 - 14,9 mil toneladas. A Souza Cruz exporta fumo para cerca de 50 países.

 

O Brasil é o maior exportador de tabaco. Mas, a liderança na produção fica com a China, cuja produção alcança volume três vezes superior ao brasileiro. O Brasil comercializa no exterior em torno de 85% da sua produção, o que lhe garante encabeçar o ranking do mercado mundial . O principal mercado brasileiro é a União Européia, que absorve 45% do total das vendas, seguido pelo Extremo Oriente (16%), Leste Europeu (14%), América do Norte (13%), África e Oriente Médio (7%), e América Latina (5%).

 

As lavouras de fumo brasileiras estão concentradas em 730 municípios do Sul do País. A cultura envolve mais de 186 mil famílias de agricultores. De acordo com dados da safra 2007/08, os 354 mil hectares plantados resultaram em 720 mil toneladas de tabaco – 50% foram produzidos no Rio Grande do Sul, 33% em Santa Catarina e 17% no Paraná - e geraram receita de R$ 3,8 bilhões aos produtores das folhas.

 

A safra 2006/07 (colhida em 2006 e negociada em 2007) chegou a 760 mil toneladas, graças à produtividade acima da média histórica do setor. Para a safra 2008/09, a expectativa é alcançar a produção de 760 mil toneladas, em uma área de 376 mil hectares. Já o número de produtores pode chegar a 186 mil. As projeções para a safra comercializada este ano apontavam, há pouco mais de um ano, uma produção de 703 mil toneladas. Em janeiro, com a expectativa de quebra da produção, principalmente nas áreas de plantio mil toneladas. Depreciação que não foi confirmada e a compra do produto pelas indústrias finalizada em agosto registrou uma comercialização de 720 mil toneladas - 608 mil do tipo Virgínia (tabaco secado em estufa), 100 mil de Burley (tabaco secado em galpão) e 12 mil de galpão comum.

 

Segundo Benício Werner, presidente da Associação dos Fumicultores do Brasil (Afubra), no ano passado o produtor recebeu R$ 5,46 pelo quilo do Virgínia e R$ 5,36 pela mesma quantidade do Burley. "O preço desta safra vai ser definido no final desta semana", diz Werner, esperando que o aumento de 15% no custo de produção entre na nova cotação.

 

Em 2007, a margem do produtor foi de 28% e a indústria negociou o quilo do fumo a uma média de US$ 4.

 

O fumo é a cultura de larga escala que apresenta maior rendimento por hectare. O hectare da soja, por exemplo, rende em média R$ 1.389,46, enquanto o de fumo aparece com uma média de rentabilidade de R$ 8.195,50 no mesmo espaço.

 

Veículo: Gazeta Mercantil


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