O presidente do Sindicato das Indústrias Cerâmicas de Criciúma e Região (Sindiceram), Otmar Müller, informou ontem que 16 empresas do pólo cerâmico do sul de Santa Catarina concederam férias coletivas para 8,1 mil funcionários em função do corte de gás natural causado pelo rompimento do gasoduto Brasil-Bolívia em Gaspar (SC) no último domingo. Destas, 11 são cerâmicas e cinco fornecedoras de corantes e esmaltes.
Müller diz que a paralisação das atividades vai ocasionar uma perda de produção diária de 270 mil metros quadrados e de R$ 4,1 milhões. Isto quer dizer que se demorar 21 dias para o conserto do gasoduto - prazo previsto pela Transportadora Brasileira Gasoduto Bolívia Brasil (TGB) - , o prejuízo do setor chegará a R$ 86,1 milhões.
O presidente do Sindiceram diz que o setor cerâmico estará reunido hoje com a Transportadora Brasileira Gasoduto Bolívia-Brasil S/A, a Companhia de Gás catarinense (SCGás), o governo de Santa Catarina e a Federação das Indústrias (Fiesc) para pressionar por um menor prazo para o reparo no duto. "Consideramos os 21 dias intoleráveis, um absurdo", diz o executivo que é também diretor Industrial da empresa Eliane. Segundo Müller, tecnicamente é possível substituir o gás natural pelo GLP (Gás Liquefeito de Petróleo), mas a cadeia deste insumo foi desmontada pelas cerâmicas catarinenses e o insumo custa o dobro do gás natural.
Levantamento da SCGás mostra que o acidente no gasoduto deixou 121 clientes sem o insumo. Segundo a companhia, 77 consumidores são do setor automotivo e 44 industriais. Do total de clientes prejudicados, 48 estão localizados na região sul de Santa Catarina, 45 no Vale do Itajaí e 28 na Grande Florianópolis.
Veículo: Gazeta Mercantil