Tradicional fabricante de matéias-primas com nomes impronunciáveis, companhia vai ‘rebatizar’ componentes para criar marcas, a exemplo do que fez a Dupont com Lycra
Raramente o público procura um shampoo pela matéria prima. Na maior parte das vezes, é difícil conhecer os benefícios de cada um desses produtos químicos - e até mesmo soletrar muitos deles. Em movimentos estratégicos de fornecedores, no entanto, a queratina e o óleo de argan se tornaram exemplos de componentes para cabelos procurados pelo consumidor, independentemente da marca que rotule a embalagem. Na área têxtil, vale o exemplo da Lycra.
É nessa linha estratégica que a Rhodia, pertencente ao grupo belga Solvay, vai apostar as fichas para fortalecer as vendas de sua divisão Novecare - carrochefe dos negócios da companhia em todo o mundo. A área vende matérias-primas químicas para indústrias de cuidados pessoais, tintas, agronegócios, óleo e gás e mercado industrial e faturou ¤ 1,5 bilhão em 2011. A meta para 2015 é alcançar ¤2 bilhões (US$ 2,5 bilhões).
Parte da estratégia para aumentar a receita teve início nessa semana no Brasil. A companhia lançou cinco itens no mercado nacional destinados aos fabricantes de produtos para cabelos - e que devem ser os primeiros alvos do projeto de marcas, ainda embrionário e cujo piloto é o Brasil. “Se uma determinada marca de xampu tem umamatéria- prima que só a Rhodia desenvolveu, e os benefícios dessa matéria-prima forem divulgados na mídia, todos vão procurar o produto que tenha essa matéria- prima”, explicou Paulo De Biagi, diretor da Rhodia Novecare América Latina. “Será umtrabalho de longuíssimo prazo, que exigirá forte investimento de marketing”.
Quatro dos lançamentos já eram comercializados pela Rhodia fora do país. Foramapresentados aos fabricantes de produtos para cabelos nessa semana, durante a FCE Cosmetique 2012, na capital paulista. Mackam BC-39, Mackam BP-40, Miracare SLB eMackproPlus Rice- C têm efeitos distintos e é possível que ganhaem novos nomes. Em quatro anos, a Rhodia investiu ¤ 8 milhões nas unidades fabris da divisão Novecare no Brasil.
Veículo: Brasil Econômico