Valorização do dólar torna os preços dos produtos brasileiros competitivos em relação aos asiáticos.

A valorização do dólar ante o real traz novas perspectivas para os fabricantes de produtos têxteis, uma vez que a cotação da moeda norte-americana em baixa facilita a entrada de produtos asiáticos, principalmente da China, que geram forte concorrência no mercado interno. Para a diretora comercial da Fitedi Têxtil, Renata Araújo Notini, com os preços mais competitivos e o mercado estável vai ser possível retomar os investimentos previstos ainda neste ano.

O faturamento da empresa, que tem sede em Divinópolis, na região Centro-Oeste do Estado, ficou bem abaixo do esperado no ano passado. A previsão era de faturar R$ 98 milhões, mas os ganhos chegaram a R$ 70 milhões e ficaram menores também em relação a 2010, quando atingiu R$ 72 milhões. A retração levou a empresa a adiar o aporte de R$ 8 milhões em maquinário, para produção de peças melhor acabadas.

"A estratégia era investir em produtos de melhor qualidade para concorrer com os produtos chineses que invadiram o mercado. Mas tivemos que adiar essa proposta por causa da queda no faturamento", diz Renata Notini. Para este ano, a expectativa é de que a melhora na cotação do dólar torne os preços mais competitivos no mercado interno e que a empresa consiga manter a receita e retome os investimentos.

Ainda de acordo com a gerente comercial, a Fitedi está em negociação com parceiros para a produção de estamparia digital em roupas de cama, principal foco atual da companhia. "Se a operação der certo, vamos lançar uma nova linha de produtos com mais qualidade para o atacado e o varejo", revela. A plano é impulsionar os negócios da Fitedi Têxtil, que deve retomar o investimento de R$ 8 milhões em máquinas de acabamento e realizar novo aporte de R$ 2 milhões em impressão digital.

Mesmo com os investimentos previstos, Renata Notini afirma que a produção deverá se manter estável, em torno de 400 mil peças por mês. Entre os principais clientes da empresa estão grandes redes varejistas, como Pernambucanas, Marisa, Renner e Lojas Americanas.

Responsável pela criação da marca própria de mais de dez companhias, a gerente comercial afirma que viaja todo trimestre para participar de feiras do setor, com objetivo de se atualizar sobre novidades e tendências.

A empresa vende suas mercadorias principalmente para o setor de atacado da região Sudeste. Hoje, está expandindo sua atuação para o varejo, com uma equipe de mais de 30 representantes comerciais que atuam nos estados do Nordeste.

O aumento do dólar também está favorecendo as exportações da empresa, que negocia o envio de R$ 400 mil para Angola, na África. "Estamos entrando com mais agressividade no mercado para deixarmos nossa marca", diz.

Com 77 anos, a empresa emprega mais de 750 pessoas, entre diretos e indiretos, e tem estrutura totalmente verticalizada. A Fideti Têxtil realiza o processo de fiação, tecelagem, malharia, beneficiamento de tecidos e confecção. O algodão é adquirido através do sistema de cotas do governo estadual, em que o fabricante compra do produtor local em troca de incentivos fiscais. Com foco na produção de tecidos de cama - casal, jovem e infantil -, a empresa produz ainda peças íntimas, roupas de ginástica, fraldas, toalhas e cueiros.



Veículo: Diário do Comércio - MG