Projeta Jaíba prevê uma queda nos preços dos insumos em função da crise financeira internacional.
A crise financeira internacional talvez seja uma oportunidade para que ocorra equilíbrio nos custos da fruticultura do Estado. A avaliação é do gerente executivo do Distrito de Irrigação do Jaíba, Bernardino Gervásio Araújo, que acredita que o cenário de redução da área plantada no país acarretará em menor utilização de insumos nos campos, podendo gerar excesso destes produtos no mercado.
De acordo com Araújo, caso isso realmente ocorra, fará com que os preços dos insumos tenham uma redução e os produtores consigam investir mais nas lavouras. "Até o momento não estamos sentindo reflexos da crise e a demanda continua aquecida, com os produtores apontando para incremento na área", destacou. O Projeto Jaíba tem perspectiva para 2012 de produzir 2,3 milhões de toneladas de alimentos por ano.
A estimativa é que o volume produzido possa gerar um faturamento da ordem de R$ 522 milhões anuais além da geração de 181 mil postos de trabalho tanto diretos quanto indiretos nas lavouras da região. No início do ano começa a produção de sementes para o plantio das frutas que começa a partir de março, explicou o gerente.
Com a utilização de equipamentos de irrigação mais eficientes, a estimativa é de redução de 30% no consumo de água, o que acarretará em uma economia de, aproximadamente, R$ 300 mil por ano. "Com a redução dos gastos, o produtor que for empreendedor poderá aplicar o montante economizado na atividade, incrementando a sua produção e conseguindo gerar mais recursos com as lavouras", ponderou.
De acordo com Araújo, existe uma tendência natural de crescimento de área na cultura do limão, além de outras frutas, em função da agroindústria Pomar Brasil que está sendo instalada na área. O limão é o produto de destaque, pois é considerado o de melhor qualidade no mundo, apresentando vantagem comparativa, explicou. "Atualmente, conseguimos comercilizar um conteiner com cerca de 22 toneladas diariamente. No momento, 50% da produção está direcionada para exportação e o restante para o mercado interno", afirmou.
No último ano, os produtores de limão conseguiram um faturamento da ordem de R$ 1,5 milhão e Araújo acredita que em 2008 o montante seja superior, ainda sem ter como estimar o incremento.
Manga - A manga, por sua vez, terá demanda certa pela Pomar Brasil, que hoje conta com 800 hectares para a cultura que gera cerca de 40 toneladas por hectare ao ano. "Esperamos que, dentro de 15 anos, a região do Jaíba seja a maior produtora de manga no país", projetou.
A banana ainda é a cultura que possui a maior área cultivada e conta com 2,5 mil hectares. Nessa área plantada são geradas cerca de 2 mil caixas por hectare, cada uma com 22 quilos da fruta. "Na região as frutas são produzidas durante todo o ano, pois a produção é programada de acordo com a demanda do mercado", afirmou. A área de abacaxi do Projeto Jaíba está começando a ser desenvolvida em 1,1 mil hectares que geram cerca de 55 mil frutas por hectare.
Veículo: Diário do Comércio - MG