Rede gaúcha São João cresce em direção ao Paraná

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A partir de Passo Fundo, município a 300 quilômetros de Porto Alegre, a rede de farmácias São João leva adiante um ambicioso plano de expansão para alcançar uma receita líquida de R$ 1 bilhão no ano que vem. A estratégia inclui a abertura de lojas maiores em regiões mais populosas, a aquisição de pequenas empresas regionais, investimentos em logística, ampliação da oferta de produtos com marca própria e, em 2014, a entrada no mercado paranaense.

"Existe uma tendência de consolidação do setor e quem não cresce é comprado ou quebra", diz o presidente Pedro Henrique Brair, que em 1980 deixou o emprego de auxiliar de enfermagem para fundar a rede no município de Campo Novo, com o nome de Drogafar. Três anos depois, a empresa mudou-se para Santo Augusto, onde adotou o nome São João em homenagem ao padroeiro da cidade. Finalmente, em 2000, já com dez filiais, transferiu-se para Passo Fundo, uma cidade reconhecida como polo de saúde com cinco hospitais no norte do Rio Grande do Sul.

Conforme o empresário, nos últimos dias circularam boatos na região de que a rede estaria à venda, o que o levou, na semana passada, a enviar um comunicado aos 4 mil funcionários e aos fornecedores desmentindo os rumores. "Fazemos investimentos com os pés no chão, mas temos dinheiro em caixa e somos compradores", afirma Brair, que tem 51 anos e comanda o negócio com a ajuda da mulher Marilei, da irmã Tatiana e, mais recentemente, do filho João Pedro, de 19 anos.

A rede tem 254 lojas no Rio Grande do Sul e em Santa Catarina e planeja chegar às 300 unidades até o fim do ano apenas com expansão orgânica, sem contar eventuais aquisições, algumas já em negociação. A maior parte das novas unidades será aberta na região metropolitana de Porto Alegre, onde a empresa estreou há quatro anos e mantém cerca de 30 pontos de venda, uma posição que Brair ainda considera "tímida". Até o ano que vem ele pretende chegar à região metropolitana de Florianópolis e em seguida ao Paraná.

Nas áreas com maior população e renda disponível para consumo, o projeto de Brair é abrir lojas mais amplas, com até 300 metros quadrados (o dobro da média atual), capazes de gerar maior faturamento por unidade. De acordo com ele, isto é necessário para cumprir a meta mais ousada de aumento das vendas. Enquanto a previsão de crescimento da receita líquida em dois anos chega a 66,7% (R$ 1 bilhão em 2013 ante R$ 600 milhões em 2011), a expansão da rede física ficará em torno de 40% no período. Para 2012, a receita projetada é de R$ 780 milhões.

O plano de crescimento contempla as três bandeiras da empresa: além da São João, a Melhor Preço, com foco em produtos mais baratos, e a Remex, voltada para clientes de renda mais alta. A rede também quer ampliar de 200 mil para 1 milhão a base de usuários ativos do cartão próprio Crédito Fácil em cinco anos e aumentar de 3% a 4% para até 10% a participação dos produtos com marca própria das linhas de cosméticos, perfumarias e fraldas sobre o total das vendas num período de três anos.

Segundo Brair, a rede vem investindo em expansão sempre com recursos próprios. Só neste ano serão aplicados de R$ 30 milhões a R$ 40 milhões, sendo R$ 10 milhões na implantação de novos processos de gestão de estoques e em tecnologia da informação no primeiro semestre e o restante na abertura de mais de 40 lojas de junho a dezembro, sem considerar eventuais aquisições.

Em 2013 também será construído um novo centro de distribuição em Passo Fundo, com 30 mil metros quadrados de área de estocagem, que vai substituir a estrutura atual, de 15 mil metros quadrados. O investimento será de R$ 45 milhões.

De acordo com Brair, o novo CD vai facilitar a chegada da rede ao mercado paranaense. A distância até Curitiba, por exemplo, é praticamente igual à que separa a matriz de cidades do sul do Rio Grande do Sul onde a empresa já atua, como Uruguaiana e Bagé, lembra o empresário.



Veículo: Valor Econômico


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