Com a ajuda do câmbio e da menor presença da Tailândia no comércio mundial, as exportações brasileiras de arroz aumentaram 67% no primeiro semestre deste ano.
Foram vendidas ao exterior 718 mil toneladas de arroz até junho, segundo dados da Secex (Secretaria de Comércio Exterior). Mas estimativas de mercado apontam que os embarques já superaram 1 milhão de toneladas.
Os principais destinos do arroz brasileiro são Nigéria e Cuba, respondendo por 43% dos embarques no semestre.
O Brasil aproveita o espaço deixado pela Tailândia, maior exportador mundial. As vendas daquele país caíram 45% desde janeiro até o último dia 10.
Os preços internacionais estimulam as vendas ao exterior. A tonelada de arroz hoje é negociada perto de US$ 600 no mercado externo, cerca de 30% a mais do que no mesmo período de 2011.
Em receita, os embarques subiram 85% de janeiro a junho, para US$ 362 milhões, segundo a Secex.
PREÇO
O aumento das exportações contribui para a alta do arroz no mercado interno. No Rio Grande do Sul, importante praça de negociação, a saca de 60 quilos do arroz tipo agulhinha subiu 13% neste ano, segundo pesquisa da Folha, para R$ 28,58. Em 12 meses, a alta é de 29%.
Ontem, os preços ganharam novo estímulo. O Ministério da Agricultura adiou o pagamento de dívidas de custeio de produtores de todo o país, de 30 de julho para 31 de outubro deste ano.
A medida é parte de uma renegociação maior entre os produtores gaúchos e o governo a respeito de uma dívida que soma R$ 3 bilhões, diz Claudio Pereira, presidente do Irga (Instituto Rio Grandense do Arroz).
Para ele, a prorrogação deve, no mínimo, manter os preços nos níveis atuais. Sem a obrigação de pagar dívidas nos próximos meses, diminui a pressão para a venda do arroz em estoque. Assim, o produtor poderá esperar por valores mais rentáveis.
Veículo: Folha de S.Paulo