As empresas estrangeiras que atuam na China terão os impostos sobre o lucro que obtêm no país reduzidos em até 50% depois que regras sobre impostos retidos na fonte forem flexibilizadas como parte dos esforços do governo chinês para estimular mais investimentos externos, informa reportagem do jornal britânico Financial Times.
Segundo o jornal, as reduções nos impostos retidos na fonte foram introduzidas pela China primeiramente em 2009, mas o processo para solicitar o corte era complicado. Agora, qualquer companhia aberta com sede em um país que tenha um tratado fiscal com a China será qualificada para o alívio sobre os dividendos das operações chinesas, como anunciado na semana passada pelos governos das províncias de Jiangsu e Tangshan.
Hong Kong, Cingapura e Reino Unido têm tratados sobre impostos com a China, bem como tradicionais paraísos fiscais, afirmou a consultoria KPMG ao jornal.
Recuperação – Na semana passada, a China informou que o Produto Interno Bruto (PIB) do país cresceu 7,6% no segundo trimestre deste ano, abaixo da alta de 8,1% no primeiro trimestre, mas em linha com as expectativas. O primeiro-ministro da China, Wen Jiabao, alertou que a recuperação econômica do país ainda não é estável e que os obstáculos vão prosseguir por algum tempo, segundo reportagem da agência de notícias estatal chinesa Xinhua.
Durante uma viagem na província de Sichuan no fim de semana, Wen pediu esforço para fortalecer a vitalidade e o dinamismo do crescimento econômico. "A taxa de crescimento da economia ainda está dentro da faixa alvo do governo estabelecida no começo do ano e políticas de estabilização estão funcionando", disse Wen.
A estabilidade da China é tida como a âncora do mercado global. Qualquer indício em direção a uma forte desaceleração do país pode ter impacto no mundo todo.
Um quadro de recessão na China poderia, por exemplo, provocar uma piora na crise da Europa. Espanha e Grécia apresentaram as maiores taxas de desemprego de suas histórias e a Itália tem uma dívida pública que equivale a 123% de seu PIB.
Até a Alemanha, país europeu que menos sente os efeitos da crise e teve a expansão do PIB recentemente revisada para cima, pode sentir os efeitos de uma China mais enfraquecida. "Agora, não existe crise. Mas, se a China sofrer, todos terão problemas", disse ao Estado o diretor do Departamento Internacional da Câmara de Comércio e Indústria da Alemanha, Jurgen Ratzinger. Metade da produção alemã hoje vai para o mercado externo.
Veículo: Diário do Comércio - SP