Clima impulsiona cotação do grão

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O ritmo de colheita do café está inferior ao de 2011



As chuvas registradas ao longo dos últimos meses interferiram de forma expressiva na qualidade do café e no ritmo de colheita em Minas Gerais. Com o atraso no processo, a oferta do grão é inferior, o que está impulsionando os preços. De acordo com a Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do Estado de Minas Gerais (Emater-MG), somente na semana entre os dias 12 e 18 de julho foi registrada alta de 12,09% nos preços mínimos e de 11,31% nos valores máximos pagos pelo café, quando comparados com os vigentes em igual semana do mês anterior. A tendência é de manutenção do ritmo de alta.

Os dados da Emater-MG mostram que na segunda semana de julho os preços pagos pela saca de 60 quilos em Minas Gerais variaram entre o mínimo de R$ 380 e o máximo de R$ 423, enquanto em igual período do mês anterior o mínimo era de R$ 339 e o máximo de R$ 380. Diante da alta e do atraso na colheita, produtores do Estado estão buscando financiamento para estocar a safra à espera de preços ainda mais lucrativos.

O ritmo de colheita do grão em Minas, conforme levantamento da Consultoria Safras & Mercado, está bem inferior ao registrado em igual intervalo do ano passado. Os dados mostram que na safra atual, até meados de julho, haviam sido colhidos 33% das sacas a serem produzidas. Na safra passada, no mesmo período, 51% do processo já estavam concluídos. A previsão da Safras & Mercado é de uma safra de 28,3 milhões de sacas de 60 quilos em Minas Gerais. Deste total, apenas 9,38 milhões de sacas foram colhidas.

O Sul do Estado, principal região produtora do grão, já colheu 27% das 15,30 milhões de sacas previstas para a safra atual. Em igual período na safra anterior, os serviços abrangiam 50% do volume.

No Cerrado, das 6 milhões de sacas previstas para este ano, 30% ou 1,78 milhão de sacas já foram colhidas, frente ao índice de 45% registrado no período produtivo anterior.

A colheita na Zona da Mata também foi afetada pelas chuvas. Até meados de julho, 50% da produção estimada em 7 milhões de sacas tinham sido colhidas. Na safra 2010/11, o percentual era de 57%.

Segundo o engenheiro agrônomo e extensionista da Emater-MG, unidade Guaxupé, no Sul de Minas, José Aloísio Paiva Rodrigues, as chuvas realmente impactaram na qualidade e na oferta de café o que tem limitado a disponibilidade do grão.

"Em um cenário onde os estoques mundiais do café estão baixos e a expectativa de crescimento significativo da safra não será concretizada, a tendência é que os preços continuem em elevação. Diante esta possibilidade, cafeicultores estão segurando a produção à espera de preços superiores aos atuais. A expectativa é de preços bem lucrativos a partir de setembro, quando a colheita já estiver encerrada", disse Rodrigues.

Nacional - O ritmo mais lento de colheita também foi observado no país. De acordo com os dados da Safras & Mercado, até 12 de julho, os produtores brasileiros tinham colhido 25,31 milhões de sacas, de uma estimativa total de 54,9 milhões, o que corresponde a 46% da safra frente aos 61% colhidos em igual período de 2011.

Ddados divulgados pelo Centro de Pesquisa Avançada em Economia Aplicada (Cepea) mostram que a colheita do café arábica já deveria ter ganhado ritmo nas lavouras do país. No entanto, o clima tem limitado o avanço. Segundo os pesquisadores do Cepea, logo no início das atividades, em junho, as chuvas que atingiram lavouras de arábica depreciaram a qualidade do café que estava secando em terreiros e derrubaram grãos dos pés.

Por isso, cafeicultores do Cerrado e do Sul de Minas, por exemplo, alegam que a qualidade de uma parte da safra nova já foi prejudicada. Agora, com novas chuvas, produtores consultados pelo Cepea estão receosos em intensificar a colheita.

Os dados do Cepea mostram que a colheita de arábica está entre 10% e 20% menor nas regiões de Minas Gerais e de São Paulo, por exemplo. Além de ser um percentual baixo, parte desse café foi atingida por chuvas no momento de secagem e, em algumas praças, até 30% dos grãos podem ter caído dos pés.



Veículo: Diário do Comércio - MG




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