Frio e chuvas impactam produção de hortaliças

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Inverno prejudica hortaliças e tomate dobra de preço



As intempéries climáticas de um inverno frio e úmido estão provocando altas elevações de preço na hortifruticultura das regiões sul e centro-sul. O tomate lidera a série de aumentos, com valorização de mais de 100% das cotações registradas pelo atacado paulista. Negociado a R$ 5 na semana passada, o produto está inserido na categoria de hortaliças, que puxam as variações positivas.

O fruto, cuja produção se encontra em período de entressafra em São Paulo e Minas Gerais, estava cotado a cerca de R$ 4, ontem, nesses estados. "O normal seriam R$ 2", afirma o economista Flávio Godas, da Companhia de Entrepostos e Armazéns Gerais de São Paulo (Ceagesp).

O especialista nota que atacadistas sulistas, que nesta época do ano costumam abastecer os estados vizinhos, estariam visitando a capital paulista em busca da mercadoria, pois as geadas devastaram parte da produção local.

Além da alta de preço, influenciada também por chuvas de granizo pontuais, o tomate vendido, de maneira geral, apresenta menor qualidade: está menor, menos maduro e apodrece rápido.

O clima de ontem, no centrosul, constitui um reforço à ameaça dos preços e da qualidade. Céu aberto e temperaturas baixas, segundo Godas, indicam que haverá mais geadas. As cotações, portanto, tendem a ficar firmes.

A mesma tendência de tabela se aplica a outras hortaliças, como rúcula, couve-flor e agrião. Estes itens tiveram as maiores altas anuais registradas pela Ceagesp. Bateram nas respectivas casas de R$ 24 (a dúzia), R$ 23 (oito unidades) e R$ 28,14 (o quilo), sofrendo variações percentuais positivas de, na mesma ordem, 57%, 58,8% e 59,8%.

No caso do tomate - o porta-estandarte da série -, a hortaliça foi responsável pela maior pressão sobre o avanço da inflação paulista, de 0,22% nesta semana, medida pela Fundação Getúlio Vargas (FGV), com o Índice de Preços ao Consumidor Semanal (IPC-S). A situação é agravada por uma questão de fundamento: "No inverno, o consumo se retrai", observa Godas.

Frutas e raízes

Por outro lado, "para frutas, é um momento bom", diz o economista. E cita, como exemplo, a laranja, cujo período de colheita está coincidindo com as restrições do Estados Unidos ao produto brasileiro, levando a uma queda de preço acumulada (semestral) de mais de 30%.

A dúzia que, em 2011, custava R$ 1,14, está valendo RR$ 0,87 no atacado paulista.

"Não houve nada que tenha trazido problemas para a categoria de frutas", explica Godas. Assim como no caso dos legumes, há alguns itens que encareceram e outros que permaneceram no mesmo patamar de preços ou baratearam nas últimas semanas. Sendo este um mercado sensível à sazonalidade.

Em se tratando de itens como batata, mandioca e milho verde, houve variações negativas, nesta semana, na central de abastecimento paulista. Na comparação com julho do ano passado, os preços caíram de R$ 1,03 a R$ 0,82; de R$ 1,10 a R$ 1,05; e de R$ 0,88 a R$ 0,75, respectivamente, de acordo com os dados do Ceagesp.

Nordeste abastece

Godas não repara, particularmente, em nenhuma movimentação atípica de preços ou volumes em relação aos fornecedores nordestinos. A despeito da seca, os produtos continuam a chegar ao atacado paulista sem prejuízos notáveis, exceto pelo mamão.

Agredido pelo clima seco e frio, o tipo papaya encareceu: o quilo custava R$ 1,77, em 2011, e agora vale R$ 2,40. Já a variedade formosa passou de R$ 1,10 para R$ 1,40.


Veículo: DCI



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