Brasileiro puxa desempenho da Electrolux no mundo

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A redução do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) na linha branca no Brasil ajudou a puxar para cima as vendas mundiais da Electrolux . No balanço do primeiro semestre da fabricante sueca de eletrodomésticos, divulgado ontem, a América Latina respondeu por 19% das vendas líquidas globais, da ordem de 53,6 bilhões de coroas suecas (€ 6 bilhões), e por 28% do lucro operacional no período, que somou 594 milhões de coroas suecas (€ 68 milhões). No primeiro semestre de 2010, o mercado latino havia representado 17% do lucro operacional.

O Brasil é o segundo maior mercado da Electrolux no mundo, só depois dos Estados Unidos. O presidente mundial da companhia, Keith McLoughlin, chamou a atenção para a importância da redução do IPI no Brasil e para a compra da CTI, fabricante de eletrodomésticos que lidera o mercado de linha branca no Chile e é a segunda em refrigeradores na Argentina.

O mercado brasileiro representa hoje cerca de 70% das vendas da América Latina, o que equivale a € 1,1 bilhão no primeiro semestre. "O Brasil puxou o crescimento da América Latina", afirmou ao Valor o presidente da Electrolux na região, Ruy Hirschheimer.

Considerando só as vendas do segundo trimestre, o mercado latino cresceu 30%, sem levar em conta o Brasil. Ao incluir o país na conta, o desempenho da região no intervalo de abril a junho saltou 40%, excluindo variações cambiais.

Hirschheimer não revela qual foi exatamente o crescimento do país este ano. Mas garante ter ganhado "market share" nas principais categorias - fogões, geladeiras e lavadoras de roupa. "A categoria que mais cresceu foi a de lavadoras", diz o executivo.

Segundo ele, as vendas avançaram em todas as linhas, menos em ar-condicionado. A Electrolux interrompeu a produção dos aparelhos em Manaus este ano, devido à baixa demanda e à concorrência asiática. "Vamos voltar a produzir ar-condicionado mês que vem", diz Hirschheimer. A fabricante é a segunda colocada no ranking nacional de eletrodomésticos, guardando uma distância cada vez menor da líder Whirlpool, cuja fatia gira em torno de 40%.

O presidente mundial da companhia destaca a força dos mercados em desenvolvimento. "Nossas receitas provenientes de mercados emergentes aumentaram de 15% a 35% em poucos anos", disse McLoughlin's em comunicado. "Prevemos que seremos capazes de manter o forte crescimento orgânico na América Latina e no Sudeste Asiático, recuperar o crescimento no norte da África e no Oriente Médio e alavancar resultados a partir do lançamento de novos produtos no mercado chinês".

O crescimento orgânico da Electrolux atingiu 6% no segundo trimestre deste ano, em comparação ao mesmo período de 2011. O volume representa um recorde histórico da companhia. No intervalo entre abril e junho, as vendas totais da empresa cresceram 15%, para 27,76 bilhões de coroas suecas (€ 3,1 bilhões). O lucro líquido subiu 36%, para 763 milhões de coroas suecas (€ 85,6 milhões).

As vendas na América do Norte cresceram 14% no trimestre, por conta do aumento de preços e da eficiencia operacional. Na Europa, porém, a demanda tem se mostrado fraca, tendo em vista a baixa confiança do consumidor. Apesar disso, a Electrolux diz ter conquistado "market share" com produtos premium e eletrodomésticos de embutir. Na divisão que inclui Europa, Oriente Médio e África, as vendas subiram 7,2% entre abril e junho deste ano, em comparação ao mesmo período de 2011.

A Electrolux espera aumento dos custos de matéria-prima para 2012 em relação a 2011 de no máximo 500 milhões de coroas suecas (cerca de € 59 milhões).



Veículo: Valor Econômico


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