Alimentos e bebidas "puxam" o IPCA-15 para cima

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Cinco entre os nove grupos que compõem o índice registraram aceleração no ritmo de aumento de preços em julho.


A inflação medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo - 15 (IPCA-15) registrou alta de 0,33% em julho, após subir 0,18% em junho. O resultado, divulgado na sexta-feira pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), superou o teto das estimativas dos analistas consultados pelo AE Projeções, que esperavam inflação entre 0,12% e 0,25%, com mediana de 0,18%. Com este resultado, o IPCA-15 acumula altas de 2,91% no ano e de 5,24% nos últimos 12 meses até julho. O IPCA-15 é uma prévia do índice oficial de inflação (IPCA).

Cinco entre os nove grupos que compõem o IPCA-15 registraram aceleração no ritmo de aumento de preços em julho. Pesaram mais no bolso das famílias os gastos com alimentação e bebidas (de 0,66% e junho para 0,88% em julho), artigos de residência (de -0,28% para 0,19%), despesas pessoais (de 0,34% para 0,92%), educação (de 0,05% para 0,10%) e comunicação (de -0,14% para 0,14%).

Três deles mostraram menor ritmo de crescimento: habitação (de 0,53% em junho para 0,41% em julho), vestuário (de 0,66% para 0,39%) e saúde e cuidados pessoais (de 0,43% para 0,37%). O grupo Transportes ainda registrou deflação, embora os preços tenham recuado menos (de -0,77% para -0,59%).

Os grupos alimentação e bebidas e despesas pessoais foram os que apresentaram as maiores taxas de variação de preços no IPCA-15 de julho. Os destaques foram os aumentos nos itens empregado doméstico e tomate, que resultaram nos principais impactos individuais no índice, com contribuição de 0,05 ponto percentual, cada. Os preços do conjunto dos produtos não alimentícios quadruplicaram, saindo de uma alta de 0,04% em junho para um avanço de 0,16% em julho.

O destaque do grupo despesas pessoais foi o aumento de 1,37% no item empregado doméstico (de 0,60% em junho), que contribuiu com 0,05 ponto percentual na taxa de 0,33% no IPCA-15 do mês.

Os preços dos automóveis novos caíram menos em julho do que em junho, o que diminuiu a deflação no grupo Transportes dentro do IPCA-15 deste mês (-0,77% para -0,59%). Sob a influência da redução da alíquota do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI), anunciada no fim de maio, os automóveis novos ficaram 2,47% mais baratos na leitura de julho. Em junho, a queda tinha sido mais intensa, de -3,50%. Já os automóveis usados saíram de um recuo de 2,62% no mês passado para uma queda de 2,45% neste mês.

Alimentos - A alta do grupo alimentos e bebidas (de 0,66% em junho para 0,88% em julho) equivaleu a um impacto de 0,20 ponto percentual no IPCA-15 deste mês, ou seja, 61% do índice.

Problemas climáticos prejudicaram a lavoura de diversos produtos, principalmente o tomate, que saiu de uma alta de 19,48% para 29,30%, no mesmo período. Outros itens que pesaram mais no bolso do consumidor foram a cenoura (de -1,11% para 13,63%), a batata inglesa (de 6,70% para 11,78%) e o pão francês (de 0,14% para 1,67%, em função de aumentos nos custos dos insumos, como o trigo).



Veículo: Diário do Comércio - MG



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