A fruticultura mineira está se desenvolvendo e poderá crescer muito mais no Estado. A afirmação foi do coordenador estadual de Fruticultura da Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural (Emater-MG), Deny Sanábio, que salientou que, mesmo Minas Gerais não possuindo tanta tradição no cultivo de frutas, o segmento está em expansão. Os principais produtos do agronegócio mineiro ainda são o café e o leite.
De acordo com Sanábio, no último ano foram produzidos 2,207 milhões de toneladas de frutas em Minas e a perspectiva para 2008 é que ocorra um certo aumento, porém não tão significativo, que poderá manter a mesma média de produção do ano anterior. "Ainda faltam ações de marketing, inclusão de frutas tanto na merenda escolar quanto em instituições para alavancar a fruticultura do Estado", salientou.
Na Centrais de Abastecimento de Minas Gerais (Ceasa Minas), a comercialização das frutas mineiras representam cerca de 29% do total, afirmou o coordenador. "Ainda trata-se de um volume baixo, mas indica que temos potencial para aumentar essa oferta e incrementar os negócios com frutas no Estado. Mas isso é uma média geral, uma vez que apenas a oferta de banana mineira é de 99% no entreposto", comparou.
A fruticultura em 2007 registrou a utilização de 112,6 mil hectares no Estado. Os produtos mineiros mais representativos são a banana, laranja e abacaxi. Apenas para plantio de banana foram utilizados 36,7 mil hectares, e contou com a produtividade de 15 toneladas por hectare. A laranja utilizou 32,3 mil hectares e apresentou produtividade de 35 toneladas por hectare. Por sua vez, o abacaxi utilizou 7,6 mil hectares e produtividade de 31 mil frutas por hectare.
Distribuição - O gargalo da fruticultura é a comercialização, apontou Sanábio. O produtor precisa de agilidade na distribuição das frutas, mas encontra dificuldades com relação a preços, transporte e, em alguns casos, pós-colheita e qualidade. "Além disso, é necessário aumentar a vida útil das frutas, pois o consumidor dita as regras e procura produtos com qualidade", assinalou.
Antes era possível comercializar as frutas que não eram consideradas ideais para o varejo, muitas vezes por causa do tamanho, com a agroindústria processadora absorvendo esse excedente. Mas hoje isso não ocorre mais, afirmou Sanábio. "Os produtores têm que estar sempre buscando melhorias na qualidade. Quando não se consegue a qualidade exigida pelo mercado, o produtor ou melhora a qualidade ou acaba saindo do segmento", ressaltou.
Segundo o coordenador, o mercado de frutas ainda é um negócio viável, uma vez que apresenta alta rentabilidade por área em função da produtividade. Mas, para que o produtor consiga ter uma cultura que apresente êxito, é necessário uma preparação para utilizar técnicas adequadas de produção, explicou. (RM)
Veículo: Diário do Comércio - MG