O comércio prossegue com as vendas em nível elevado, porém está cada vez menos confiante na economia e em um crescimento expressivo e contínuo do consumo. O Índice de Confiança do Comércio (Icom) caiu 4,3% em julho, comparado ao mesmo mês do ano anterior. E, na média do trimestre concluído em julho ante o mesmo período do ano anterior, a queda foi de 3,4%.
"Houve uma desaceleração da confiança no segundo trimestre, que prossegue no início do terceiro trimestre. O mercado de trabalho ainda está favorável, mas se move lentamente. Por outro lado, as condições de crédito começam a normalizar e as taxas de juros caíram. Mas ainda há cautela na concessão de crédito, por causa da inadimplência", disse o economista do Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getúlio Vargas (Ibre-FGV) Aloisio Campelo.
Descolado da média do comércio, o segmento de veículos está bastante otimista com as vendas e teve índice positivo de confiança de 6,4% de maio a julho, ante o mesmo período de 2011. A expectativa de consumo nos próximos meses, contudo, passou de 1,1%, no período de abril a junho, para -3,1%, de maio a julho, ante o mesmo período do ano anterior. Para Campelo, esses números refletem as incertezas com a postergação da redução do Imposto sobre Produtos Industrializados.
Para a Confederação Nacional do Comércio (CNC), a confiança do conjunto do setor só deverá voltar no terceiro trimestre, O economista da CNC Bruno Fernandes projeta crescimento de 8% no volume de vendas do varejo no fechamento de 2012, ante alta de 6,7% em 2011. A perspectiva é que a trajetória de crescimento em ritmo menor seja revertida à medida que a economia começar a responder à queda da taxa Selic, e as contas das famílias forem ajustadas, com a redução da inadimplência.
Veículo: O Estado de S.Paulo