Vendas da Marisa crescem 13,7%, mas lucro encolhe 33%

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As vendas líquidas da varejista Lojas Marisa aumentaram 13,7% no segundo trimestre, na comparação anual, para R$ 581,4 milhões, e 5% em volume, mostrando uma tendência de recuperação em relação ao desempenho dos últimos dois trimestres. No entanto, a margem bruta de varejo diminuiu e o lucro líquido da empresa caiu 33% no período, para R$ 47,6 milhões.

O presidente da rede, Marcio Goldfarb, disse, em teleconferência com analistas, que "segue acreditando numa recuperação cada vez mais forte no terceiro e no quarto trimestres". Em julho, segundo ele, as vendas cresceram "um dígito alto".

Das 33 lojas que a companhia prevê abrir este ano, apenas cinco foram inauguradas até junho. A varejista terminou o trimestre com 51 pontos de venda a mais do que um ano antes, totalizando 341 unidades. São 231 lojas em sua versão ampliada, com produtos femininos, masculinos e infantis; 84 da bandeira Marisa Feminina e 26 Marisa Lingerie.

No critério "mesmas lojas", a receita líquida avançou 4,5%, enquanto que nos dois trimestres anteriores essa taxa ficou em torno de 2%. Irma Sgarz, do Goldman Sachs, lembra que as vendas mesmas lojas dificilmente cresceriam muito acima desse patamar, já que a companhia teve problemas de gestão de estoques nos dois trimestres anteriores.

"Nós acreditamos que o plano de recuperação está começando a produzir os resultados esperados, com uma reaquecimento no crescimento de vendas mesmas lojas", afirmaram em relatório os analistas Guilherme Assis e Daniela Bretthauer, da Raymond James. Eles destacaram os esforços da empresa para aumentar as vendas por metro quadrado, com a introdução de novas categorias de produtos, como a de calçados.

Nas 25 lojas em que a companhia iniciou a operação de calçados, em maio e junho, foi observado um ganho de 53,5% acima dos demais segmentos. Dado o bom desempenho, a Marisa decidiu aumentar o número de lojas que terão calçados em 2012, para 165 (no início do ano, a empresa previa 60). Até julho, a categoria estava presente em 101 lojas.

Em relação à queda da margem bruta do segmento varejista, que passou de 57% para 50,8%, Goldfarb disse que a base de comparação do segundo trimestre de 2011 era muito forte. Câmbio desfavorável e um inverno mais ameno afetaram o indicador. A demanda mais fraca também dificultou reajustes nos preços. "A gente teve que fazer remarcações para combater as liquidações da concorrência, que foram antecipadas para o mês de junho", disse Goldfarb. De acordo com ele, a companhia está trabalhando num projeto interno para recuperar as margens, mas "sem alterar a percepção de preços competitivos pelas nossas clientes".

A Marisa conseguiu diluir os gastos ao longo do segundo trimestre, como parte do plano de eficiência anunciado no início do ano. A empresa economizou R$ 33,2 milhões entre despesas com vendas e gerais e administrativas no primeiro semestre, o que representa 64% do alvo de R$ 52 milhões previstos para todo o ano.

Apesar da tendência de recuperação nas vendas, os analistas da Raymond James continuam cautelosos em relação ao ambiente de curto prazo para as varejistas de vestuário em geral. "Os consumidores ainda estão em um processo de desalavancagem", afirmam.



Veículo: Valor Econômico


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